Trilho da Barca d ´Amieira faz sucesso e catapulta Nisa

O Trilho da Barca d´Amieira, que conta com um total de 3,6 quilómetros pela margem do rio Tejo, faz sucesso entre os caminheiros e é já um ponto de atracção de visitantes ao concelho de Nisa, dada a beleza natural onde está inserido e também aos pormenores criativos que pontuam todo o percurso.

Ao nosso jornal, a presidente da Câmara de Nisa, Idalina Trindade, falou sobre o trilho que apelida «de encantar» e que «pontua pela diferença», descrevendo-o pormenorizadamente, explicando o seu significado e dando a conhecer os seus pontos de interesse. Do total de 3,6 quilómetros metade foi «moldado pela mão do homem», nomeadamente os vistosos passadiços que dão corpo a um percurso «com vários pontos de interesse que são singulares, que são inéditos, que são absolutamente atractivos, que valem por si e criam vontade de os experienciar». Desde o «gigantesco» sol que «sorri para quem inicia o percurso e se despede de quem o termina», passando pelo miradouro com chão de vidro que fica suspenso sobre os rochedos e sobre o leito do rio, sendo que quando este «vai grande quase que podemos caminhar suspensos sobre a água, sendo quase que como um passeio pelo céu. Ao lado existe um espaço para observação de aves, onde é possível desfrutar da paisagem e repousar nos bancos de madeira, vendo passar o comboio da Linha da Beira Baixa e ouvido o seu apito. No Jardim do Éden a identidade nizorra ganha destaque com especial enfase para a joanina e borboleta gigante, estas duas que contém referências à arte de trabalhar os feltros e também aos alinhavados. «É um trilho cheio de identidade e é essa identidade que o faz diferente do resto dos trilhos», diz-nos Idalina Trindade.

Um dos grandes pontos de interesse para os mais aventureiros é a majestosa ponte suspensa com 82 metros sobre a ribeira do Figueiró, intitulado de birdwatching, que possui dois pisos com vistas absolutamente únicas.  Depois da ponte, os caminheiros entram no Muro de Sirga, uma construção em pedra que se estende pelo rio Tejo até à Barca d´Amieira e que representa «a força do homem a puxar os barcos» remetendo para quando o rio era uma via de transporte de mercadorias. Ao longo deste percurso, segundo a autarca, existem vários elementos pictóricos esculturais que representam a fauna local com algumas pitadas de inovação, nomeadamente as esculturas da Garça-Real com o peixe na boca, o Alpinista, a Javalina e os seus farroupos, a formiga gigante e ainda um rochedo que dá vida a um chefe índio. Depois de chegarem à Barca d´Amieira os caminheiros podem fazer a travessia na plataforma flutuante e desfrutar das aprazíveis zonas de lazer, recentemente requalificadas pela Câmara e que têm como pano de fundo o rio.

Para Idalina Trindade, este é um trilho «absolutamente único» e o seu sucesso «é prova de que a nossa estratégia está correcta».

Para a autarca a equação é simples e passa por «requalificar o património, promover a vertente identitária e provocar fluxo turístico», o que tem como resultado «a produção de economia».

«A vinda de pessoas ao território, ainda que não para permanecer, mas para visitar, é sempre uma mais-valia e aquilo que era até aqui paisagem desumanizada é agora paisagem com um frenesim de pessoas caminhando nela, preservando-a, e isto para nós é absolutamente imprescindível porque se não temos grandes investimentos potenciadores de empregabilidade em massa, então temos de reinventar o território e considerar soluções que dos pontos de vista do turismo n os podem trazer aqui alguma oferta».

A edil nisense desmitifica ainda a ideia de que «este é um investimento ciclópico para o cofre da autarquia», uma vez que o investimento de cerca de 400 mil euros, obteve financiamento em 85% de fundos comunitários.

«Por isso, para queles que dizem que é dinheiro mal gasto, faço a minha contradita dizendo que é dinheiro bem gasto, até porque não foi dos cofres do Município que ele saiu directamente, mas sim de programas europeus, que estão à disposição de todos os autarcas», refere Idalina Trindade, defendendo ainda que sem estes investimentos «estas terras do interior estavam moribundas, para não dizer mortas».

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