A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil emitiu um aviso à população devido ao risco elevado de galgamento das margens do rio Tejo, na sequência das chuvas dos últimos dias e das descargas das barragens espanholas.
«A precipitação registada em Portugal Continental, juntamente com as descargas das barragens espanholas, provocou um aumento considerável nos níveis hidrométricos e nos caudais do rio Tejo e seus afluentes», refere a ANEPC, acrescentando que neste âmbito se prevê «um aumento das afluências provenientes de Espanha, o que resultará num aumento das descargas das barragens, elevando os níveis hidrométricos do rio Tejo».
Segundo a ANEPC, é esperada subida dos caudais com valores acima dos 2000m3/s, «o que constitui um factor de risco significativo no galgamento das margens do rio Tejo e seus afluentes», sendo que no rio Sorraia verificou-se também uma subida da altura hidrométrica na escala de Coruche, pelo que, «com o aumento das descargas a montante, é esperado que os caudais continuem a subir».
De acordo com as informações fornecidas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para a Bacia do Tejo, as afluências provenientes de Espanha devem continuar a aumentar.
Assim sendo, a ANEPC alerta que «o risco de galgamento das margens do Rio Tejo é elevado, podendo inundar áreas historicamente susceptíveis a inundações»
Os solos encontram-se já saturados, «o que resultará numa descida lenta da água que, neste momento, afecta várias vias rodoviárias dos Municípios da Azambuja, Benavente, Salvaterra de Magos, Coruche, Golegã, Cartaxo, Santarém, Almeirim, Abrantes, Constância, Vila Nova da Barquinha e Torres Novas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) recorda que o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adopção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, recomenda a adopção das principais medidas preventivas para estas situações, nomeadamente:
− Retirar das zonas confinantes das linhas de água, normalmente inundáveis, animais, equipamentos agrícolas e industriais, veículos e/ou outros bens para locais seguros; − Proteger os animais em locais seguros, retirando os rebanhos que se encontram nas zonas inundáveis;
− Não atravessar com viaturas ou a pé estradas ou zonas alagadas;
− Estar atento às informações divulgadas na comunicação social e às indicações da Protecção Civil e Forças de Segurança.
O Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo mantém-se activado.
Os Comandos Sub-Regionais da Lezíria do Tejo e Médio Tejo, juntamente com o Comando Regional de Lisboa e Vale do Tejo e o Comando Nacional de Emergência e Protecção Civil estão a acompanhar a situação, em estreita articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Infra-estruturas de Portugal (IP), EDP produção, Serviços Municipais de Protecção Civil e Agentes de Protecção Civil.