Este ano o Dia da Cidade ficará marcado pela abertura do Portalegre Palace, um verdadeiro hotel de charme que vai projectar Portalegre como merece num patamar de elevadíssima qualidade.
Ninguém se poupou a esforços para fazer do Palácio do Visconde do Reguengo – mais conhecido na cidade como Palácio do Dr. Sampaio ou Palacete das Estátuas, que se mantêm de guarda ao soberbo edifício – um expoente máximo de bom gosto e de qualidade.
Os pormenores são muitas vezes “pormaiores”, e o exemplo é dado desde logo com a fiel reprodução de azulejos para completar algumas falhas da frontaria. E a partir daí é sempre a subir cada vez mais alto.
O anfitrião-guia foi Nelson Carvalho (antigo director técnico da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre e especialista no sector hoteleiro) responsável pela exploração do empreendimento a que o albicastrense Hélder Martins deu corpo, acolitado pelo arquitecto Pedro Rodrigues e pelo engenheiro Hugo Agostinho.
Os convidados para visitar o empreendimento ainda em obra foram a presidente da Câmara, Fermelinda Carvalho, a directora da Escola de Hotelaria, Conceição Grilo, um grupo de funcionárias que vão trabalhar no Portalegre Palace e pouco mais, sendo escolhido o dia 26 por se completarem 125 anos sobre a pernoita do Rei D. Carlos no Palácio do Visconde do Reguengo, conforme noticiou “O Districto de Portalegre”.
Quartos com nomes doces
Comecemos pelos rés-do-chão: ali se instala, como era sabido, uma fábrica de doçaria conventual, com loja aberta ao público, e ali serão fabricados alguns do mais emblemáticos e saborosos na nossa riquíssima doçaria.
Os aposentos dos empregados têm acesso directo pela Rua Alexandre Herculano. Seguem-se as salas de preparação e o espaço de venda tem, também ele e naturalmente acesso directo pela rua.
Junto a esse espaço foi “descoberto” um armazém com tulhas, ou seja potes enterrados para armazenagem e conservação de produtos alimentares.
Este espaço está a ser todo ele recuperado e valorizado, sendo depois usado como “expositor” de produtos.
Aqui vai ser a adega-garrafeira da casa e estarão disponíveis em exclusivo vinhos e outros produtos da Serra de S.Mamede, funcionando como «um espaço de venda dos produtores», explica Nélson Carvalho.
Na entrada principal do palácio, o átrio servirá a recepção que se pretende muito amigável e aberta, dando acesso à escadaria principal que manterá o emblemático candeeiro que por sua vez inspirou a que a generalidade dos aposentos disponha de candeeiros semelhantes e que marcam os espaços.
A partir daí faz-se a distribuição para os 11 quartos, começando por uma suite familiar que pode inclusive receber dois casais ou uma família mais alargada.
Neste momento o mobiliário já se encontra nos quartos e as camas são de 2×2 metros. Os quartos podiam ser 22 e não 11, mas a opção foi a de oferecer espaços muito convidativos, pelo que os quartos possuem grandes áreas, tal como as fabulosas casas de banho.
Nota para a designação dos quartos, cada um com o nome de um dos doces conventuais produzidos na fábrica, os estuques foram todos restaurados e alguns feitos de novo, de entre múltiplos pormenores que aportam grande valor à intervenção extremamente cuidada no imóvel e repleta de bom gosto.
Os corredores mantêm os azulejos azuis do séc. XIX e o amplo salão de refeições é outra peça de arte que será palco para pequenos-almoços de antologia.
Refira-se que o salão, servindo de sala de refeições, poderá ter diversas configurações e servirá almoços, estando aberto ao exterior sob reserva. E também haverá experiências gastronómicas e vínicas, como por exemplo a de fazer a harmonização de produtos com vinhos.
Junto ao salão existe uma antecâmara que dá acesso a uma pequena capela que está ainda em restauro, fazendo-se por essa antecâmara o acesso para a ampla cozinha palaciana onde se preparam as refeições, com a particularidade de não haver gás e se cozinhar à base de lenha.
O salão rasga-se para o exterior e temos o amplo pátio de 600 metros quadrados que terá espaços polivalentes e onde poderão inclusive ser servidas refeições. Para o lado norte fica a antiga fonte e tanque, este reconvertido em piscina ainda em ensaio, tendo junto a si um espaço de bem-estar com um conjunto de comodidades como jacuzi, ginásio, etc..
O objectivo no decorrer desta obra exigente foi o de «desfazer o menos possível», explica-nos o arquitecto Pedro Rodrigues, lembrando que um dos maiores desafios numa obra deste tipo passa por fazer passar todas as inúmeras tubagens de modo a não se verem.
«É um Ferrari que está aqui…»
O empresário Hélder Martins agradeceu as presenças, o trabalho e a dedicação dos técnicos, explicando depois que este projecto representa uma «conjuntura feliz», primeiro porque «encontrámos um espaço» com as características ideias para este tipo de empreendimento, depois porque o projecto obteve o apoio do Turismo de Portugal, do Portugal 2020 e da Caixa Geral de Depósitos, pelo que «a parte mais fácil é a minha» que «venho cá de vez em quando, mas «o difícil é o trabalho técnico», pois está aqui muito trabalho do arquitecto e do engenheiro porque o essencial é «desfazer o menos possível».
Mostrando-se agradado e feliz com o resultado, Hélder Martins assume que «é um Ferrari que está aqui, desde logo em termos de investimento mas também de beleza».
O empresário agradeceu o apoio que a Câmara sempre deu ao empreendimento, lembrando depois que «luxo não é só dinheiro, é proximidade, atenção, carinho… é o novo conceito de luxo» com que o Portalegre Palace quer presentear os seus hóspedes, terminando a «agradecer a quem fez acontecer e a quem vai dar continuidade».
A presidente da Câmara, Fermelinda Carvalho, mostrou ao nosso jornal estar encantada com o que viu, à semelhança dos restantes visitantes, declarando que «é isto que faz falta a Portalegre» e que Portalegre agora vai ter. Trata-se pois de um conceito de turismo de alto nível, que cria atractividade e potencia sinergias em todos os segmentos.