Nisa, um concelho com trilhos de encantar

Depois do interregno provocado pela pandemia da COVID-19 em 2020, o programa “Caminhos de Nisa ao Encontro do Património”, promovido pela Câmara Municipal de Nisa, está de volta e já tem calendarização para este ano.

O programa que pretende promover não só a actividade desportiva, mas também o território concelhio, prevê a realização de sete caminhadas, a primeira delas já no final do mês de Fevereiro.

Os diferentes percursos decorrerão em várias freguesias do concelho, dando a conhecer as distintas paisagens que constituem o território concelhio, desde as planícies mais a sul, aos declives mais a norte.

O programa “Caminhos de Nisa ao Encontro do Património” dá ainda a conhecer a vasta rede de percursos pedestres que a autarquia criou e dinamiza no sentido de gerar uma expansiva oferta no turismo de natureza.

O concelho «com mais percursos pedestres» do Alto Alentejo

No total são 11 Pequenas Rotas (PR) e uma Grande Rota (GR) que perfazem mais de 136 quilómetros e quase 50 horas de caminhada por trilhos e caminhos, todos eles registados e homologados, repletos de paisagens e pontos de interesses únicos.

A PR1NIS “Trilhos da Jans” leva os caminheiros para terras de Amieira do Tejo e, ao longo dos seus 11 quilómetros, dá a conhecer não só o magnânimo Castelo de Amieira do Tejo, como a pequena aldeia de Vila Flor e as ruínas da sua igreja, o “caminho da Rainha Santa”, a Barca d’Amieira e, claro, o Rio Tejo, junto ao qual se percorre uma parte do percurso sob um Muro de Sirga, em convergência com o PR11NIS “Trilho da Barca d’Amieira”, o mais recente afamado trilho do Concelho de Nisa, com apenas 3,6 quilómetros e inúmeros pontos de interesse, desde o Miradouro Transparente do Tejo – Sky Walk aos Baloiços “Instagramáveis” da Árvore Lilás, sem esquecer a Ponte Pedonal Suspensa e os diversos elementos pictóricos que proporcionam um bonito passeio entre a Barragem do Fratel e a Barca d’Amieira, sempre com o Rio Tejo ao lado.

Também perto do Tejo, mas desta vez na Freguesia de São Matias, encontram-se os 4,25 quilómetros que constituem a PR2NIS “Descobrir o Tejo”, com início e término na pitoresca aldeia de Chão da Velha, e ainda os 5,75km da PR3NIS “Olhar sobre a Foz”, com início e fim na Central Hidroeléctrica da Velada e que encaminha os visitantes, como o nome indica, para a foz da Ribeira de Nisa no Rio Tejo, passando pela Central da Foz e por uma represa de água.

Já na Freguesia de Santana, o destaque vai para duas das principais “jóias” do património geológico da região: o Conhal do Arneiro e as Portas de Rodão, por onde passam os 11,2 quilómetros da PR4NIS “Trilhos do Conhal” e os 8,5 quilómetros da PR9NIS “Trilho da Mina de Ouro do Conhal”, um dos mais afamados trilhos do concelho e o único a ter uma aplicação para smartphone.

Além do Conhal do Arneiro e das Portas de Ródão, estes dois trilhos que convergem entre si levam ao encontro de fantásticos miradouros, do Buraco da Faiopa, da foz da Ribeira do Vale, do marco geodésico (da Serrinha), do Castelejo, da Ilha do Cabecinho e do Centro Interpretativo do Conhal, um espaço museológico que a Câmara Municipal implementou na antiga Escola Primária da freguesia.

Na Freguesia de São Simão, os 8,5quilómetros da PR5NIS levam “À Descoberta de São Miguel”, a serra onde se situa o ponto mais alto do concelho (463 m de altitude), dando a conhecer as ruínas da antiga aldeia de Monte Cimeiro, as tulhas de um velho lagar, a aldeia da Vinagra e paisagens de perder a respiração.

Já por terras de Montalvão encontramos a PR6NIS “Rota dos Açudes” (Salavessa), que em 10,6 quilómetros mostram um pontão em xisto, a Vereda e a Figa do Tejo e cerca de sete açudes, bem como a PR7NIS “Entre Azenhas” com 7,5 quilómetros e a PR8NIS “Trilhos do Moinho Branco” com 12,4 quilómetros (Montalvão), e nos quais se convida a descobrir as Azenhas do Artur, do Nogueira e do Moinho Branco, o Chafariz de Pales, a foz da Ribeira de São João, abrigos em xisto, o Pontão da Ribeira do Lapão, as ruínas da Capela de Santa Margarida e o Rio Sever, linha de fronteira com Espanha.

Pela sede de concelho encontramos a PR10NIS “Roteiro da Fontes”, um percurso pedestre com 18,5km que leva ao encontro de todos os fontanários da vila de Nisa e que tem a particularidade de oferecer um trajecto mais curto, incluindo apenas a parte urbana e que, por isso mesmo, é conhecido como “Roteiro Urbano das Fontes”, estando devidamente assinalado com uma sinalética distinta.

Caminho de Santiago por terras de Nisa

Além desta vasta rede de Pequenas Rotas, o Concelho de Nisa oferece ainda na área do pedestrianismo um troço com 35 quilómetros do Caminho Nascente de Santiago (GR40 – Etapa de Nisa).

O troço de Nisa, que liga o concelho do Crato ao de Vila Velha de Ródão, atravessa em grande parte um patamar suave, composto por olival tradicional e montado de sobro, onde pastam ovinos e bovinos, iniciando-se em Alpalhão e culminando de forma surpreendente com a magnífica paisagem para as Portas de Ródão e o Rio Tejo.

Pelo caminho encontramos diversas igrejas e capelas, as Passadeiras da Ribeira de Sor, a Fonte da Feteira, a Porta da Vila e a Porta de Montalvão, o Cruzeiro e as ruínas da Capela de Santiago e o Porto das Carretas.

É em parte desde troço que se iniciará o programa “Caminhos de Nisa ao Encontro do Património”, com a caminhada “Do S. Sebastião de Alpalhão ao Mártir Santo de Nisa” promovida pela Câmara Municipal, no próximo dia 27 de Fevereiro.

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