Ministérios declaram situação de alerta em todo o território continental 

Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo  agravamento do risco de incêndio rural, os Ministros da Administração Interna, da Defesa Nacional,  da Saúde, das Infraestruturas e Habitação, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, do  Ambiente e Energia e da Agricultura e Pescas determinaram a Declaração da Situação de Alerta em  todo o território do Continente. 

A Situação de Alerta abrange o período compreendido entre as 13:00 horas do dia 15 de Setembro e as 23:59 horas do dia 17 de Setembro. 

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A declaração decorre da elevação do estado de alerta especial do Sistema Integrado de Operações  de Protecção e Socorro (SIOPS) e da necessidade de adoptar medidas preventivas e especiais de reacção  face ao risco de incêndio Elevado, Muito Elevado e Máximo, previsto pelo Instituto Português do Mar  e da Atmosfera (IPMA), em grande parte do território continental. 

No âmbito da Declaração da Situação de Alerta, prevista na Lei de Bases de Protecção Civil, serão  implementadas as seguintes medidas de carácter excepcional

− Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos  caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;

− Proibição da realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas; 

− Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com excepção dos associados a situações de combate a incêndios rurais; 

− Proibição de realização de trabalhos nos demais espaços rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal. 

− Proibição da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas. 

A proibição não abrange

− Os trabalhos associados à alimentação e abeberamento de animais, ao tratamento fitossanitário  ou de fertilização, regas, podas, colheita e transporte de culturas agrícolas, desde que as mesmas  sejam de carácter essencial e inadiável e se desenvolvam em zonas de regadio ou desprovidas  de florestas, matas ou materiais inflamáveis, e das quais não decorra perigo de ignição; 

− A extracção de cortiça por métodos manuais e a extracção (cresta) de mel, desde que realizada sem recurso a métodos de fumigação obtidos por material incandescente ou gerador de temperatura; 

− Os trabalhos de construção civil, desde que inadiáveis e que sejam adoptadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural; 

− Os trabalhos de colheita de culturas agrícolas com a utilização de máquinas, nomeadamente  ceifeiras debulhadoras, e a realização de operações de exploração florestal de corte, rechega e  transporte, entre o pôr do sol e as 11h00, desde que sejam adoptadas medidas de mitigação de  risco de incêndio rural e comunicada a sua realização ao Serviço Municipal de Protecção Civil  territorialmente competente. 

A Declaração da Situação de Alerta implica: 

− A elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte da Guarda Nacional  Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP), com reforço de meios para operações  de vigilância, fiscalização, patrulhamentos dissuasores de comportamentos e de apoio geral às  operações de protecção e socorro que possam vir a ser desencadeadas, considerando-se para o efeito autorizada a interrupção da licença de férias e a suspensão de folgas e períodos de  descanso; 

− O aumento do grau de prontidão e mobilização de equipas de emergência médica, de saúde pública e apoio social, pelas entidades competentes das áreas da saúde e da segurança social; 

− A mobilização em permanência das equipas de Sapadores Florestais afecta ao Dispositivo de combate; 

− A mobilização em permanência do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza que integram o dispositivo de prevenção e combate a incêndios, pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); 

− O aumento do nível de prontidão das equipas de resposta das entidades com especial dever de cooperação nas áreas das comunicações (operadoras de redes fixas e móveis) e energia (transporte e distribuição); 

− A realização pela Guarda Nacional Republicana (GNR) de acções de patrulhamento (vigilância) e  fiscalização aérea através de meios das Forças Armadas, nos distritos em estado de alerta  especial, incidindo nos locais sinalizados com um risco de incêndio muito elevado e máximo; 

− A dispensa de serviço ou a justificação das faltas dos trabalhadores, do sector público ou privado,  que desempenhem cumulativamente as funções de bombeiro voluntário, salvo aqueles que  desempenhem funções nas Forças Armadas, Forças de Segurança e na ANEPC, bem como em  serviço público de prestação de cuidados de saúde em situações de emergência, nomeadamente  técnicos de emergência pré-hospitalar e enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência  Médica.   A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) emitirá avisos à população sobre o perigo de incêndio rural. As Forças Armadas disponibilizam os meios aéreos para, em caso de necessidade e em função das disponibilidades existentes, operarem nos locais a determinar por aquela Autoridade.

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