Na sequência da notícia avançada ontem pelo Correio da Manhã, sobre a morte de um idoso que estaria a aguardar atendimento numa ambulância nas Urgências do Hospital de Portalegre, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) anunciou a abertura de inquérito e esclareceu as circunstâncias em que ocorreu o óbito.
O homem, de 87 anos, foi transportado pelos bombeiros de Fronteira, vindo do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide, onde há um surto de Covid-19, e, de acordo com a ULSNA, faleceu na noite de segunda-feira na área dedicada aos doentes respiratórios, que confirma que o doente esteve quase três horas na ambulância.
Segundo o Conselho de Administração, o idoso «foi triado dentro da ambulância que o transportou, na qual esteve, pelo menos, duas horas e 44 minutos, devido à zona covid-19 da urgência estar lotada. O doente foi inscrito no hospital às 16:29 e triado por um enfermeiro, dentro da ambulância, seis minutos depois, às 16:35».
A mesma fonte acrescenta que o idoso era totalmente dependente e chegou à unidade hospitalar com falta de ar, «tendo entrado no circuito covid», por ser proveniente de uma instituição com casos positivos de infecção, e embora não estivesse infectado esta informação só foi obtida após ter sido declarado o óbito.
A ULSNA acrescenta ainda que, na sequência da triagem, «foi possível apurar que o doente não estava dispneico pela saturação baixa de oxigénio», e foi-lhe atribuída a pulseira amarela de doente urgente. «Na altura em que é triado, o enfermeiro fala com a médica que passa pela ambulância a ver o doente, pois a área dedicada a doentes respiratórios estava lotada, tendo a médica confirmado que o doente estava estabilizado», assegura o Conselho de Administração.
Pelas 19h13, uma enfermeira, em funções de chefe de equipa, foi abordada por um bombeiro, que a alertou para o agravamento da situação do idoso, que terá sido «assistido de imediato na ambulância», tendo sido depois «levado para a sala de reanimação da área dedicada a doentes respiratórios, onde o óbito acabou por ser declarado, 17 minutos mais tarde, às 19h30».
