A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) enviou esta terça-feira, 29 de Outubro, um ofício ao Ministério da Agricultura, propondo medidas para apoiar os produtores pecuários a conter a proliferação da febre catarral ovina (língua azul), doença que está a causar prejuízos avultados nas explorações, não só do Sul, mas também no Centro do país.
Segundo a CNA, os custos com a medidas de contenção, nomeadamente com a vacinação dos animais, associados à perda de rendimento resultantes das elevadas taxas de abortos e mortalidade de animais, muitos deles de reprodutores, são incomportáveis para a grande maioria das explorações com efectivos pecuários.
«É importante referir que estas explorações, principalmente as pequenas e médias, estão normalmente em situação financeira difícil, seja pelos elevados custos de produção, que não se fazem reflectir nos preços pagos ao produtor, seja pela ocorrência de fenómenos climáticos como a seca que ciclicamente vão reduzindo o rendimento dos agricultores», justifica a CNA em comunicado.
«Como os dados do Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração (SIRCA) indicam, a evolução da doença está descontrolada e são necessárias medidas imediatas de controlo. Não basta apenas emitir um Edital, é preciso garantir apoios para que os produtores tenham condições para o cumprir e poderem manter a sua actividade», acrescenta a confederação
Assim, a CNA propôs ao Ministério da Agricultura a realização de uma campanha de vacinação dos animais, gratuita, em condições a definir pela Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV) e a criação de uma medida de apoio extraordinário para os produtores, com o objectivo de compensar a perda de rendimento pela morte de animais e para a reposição dos efectivos. A CNA reclamou ainda que seja garantido que os produtores não são penalizados nas ajudas da PAC por eventuais incumprimentos que decorram da proliferação deste surto.
A CNA manifestou a sua disponibilidade para ajudar na definição e implementação das medidas propostas.