A violência contra mulheres constitui um grave problema de saúde pública, com custos a vários níveis da sociedade. Embora a violência seja uma ameaça para todas as pessoas, as mulheres são particularmente suscetíveis à vitimização, sendo o grupo mais vitimado.
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala amanhã, dia 25 de Novembro, constitui um marco no combate à violência exercidas contra as mulheres, alertando os decisores políticos bem como toda a sociedade para os vários casos de violência praticada contra mulheres, nomeadamente casos de abuso ou assédio sexual, maus tratos físicos e psicológicos, e sensibilizando a sociedade para a importância da prevenção e combate de casos de violência doméstica.
Assinalado este dia, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulga as suas estatísticas relativas a vítimas no feminino. Em 2022, a APAV apoiou 11.410 vítimas do sexo feminino: 1.560 eram crianças e jovens; 6.959 tinham entre 18 e 64 anos de idade; e 1.163 eram pessoas idosas. A maioria das vítimas apoiadas eram de nacionalidade portuguesa (76,9%), com idades compreendidas entre os 36 e os 45 anos (17,3%) e com área de residência no distrito de Lisboa (22,9%). Da mesma forma, 16,3% das pessoas autoras da violência eram cônjuges da vítima, sendo predominantemente do sexo masculino (66,9%) e com idades compreendidas entre os 36 e os 45 anos (10,4%). Destaca-se a residência comum como o local mais propenso para a prática da violência (51,2%). Mais ainda, estas 11.410 vítimas do sexo feminino apoiadas pela APAV em 2022, no total, foram alvo de 22.156 crimes e outras formas de violência, com particular destaque para crimes como violência doméstica (82,5%).
De acordo com a APAV, o «crime específico de violência doméstica merece especial atenção da sociedade, pois representa uma séria ameaça para muitas mulheres. Em Portugal, todos os dias, inúmeras mulheres e raparigas são vítimas deste crime. Muitas vezes, estão privadas dos seus direitos e não conseguem aceder ao apoio de que necessitam para ultrapassar o impacto que a violência teve nas suas vidas».
Neste sentido, a APAV apresenta igualmente as suas estatísticas referentes à violência doméstica cometida contra vítimas do sexo feminino. Em 2022, a Associação apoiou 8.471 vítimas de violência doméstica no feminino: 876 eram crianças e jovens; 5.533 eram mulheres entre os 18 e os 64 anos de idade e 876 eram pessoas idosas.
A APAV desenvolveu também, em parceria com a agência criativa Carmen, a nova campanha de sensibilização “Nem mais um dia normal”, focada na violência sexual e no assédio contra as mulheres. O lançamento da campanha será assinalado, no dia 25 , com uma activação no Centro Comercial Colombo, em Lisboa: uma exposição que simula um percurso com vários tipos de assédio num “dia normal” de uma mulher. A campanha será ainda complementada com a divulgação de filmes nas plataformas digitais e televisão, spots de rádio, publicações nas redes sociais e inserções de anúncios na imprensa.
A APAV está disponível para ajudar através dos seus diferentes serviços, nomeadamente da Linha de Apoio à Vítima 116 006 – dias úteis, das 08h00 às 23h00 – chamada gratuita e confidencial.
