Fundada em 1911, a Associação de Futebol de Portalegre completa este domingo, dia 29 de Outubro, 112 anos de um percurso dedicado ao futebol e ao futsal na nossa região. Sendo a mais antiga do interior, a segunda mais antiga do País e uma das três fundadoras da Federação Portuguesa de Futebol, a história da AFP é indissociável da história do futebol nacional, e desde a sua fundação tem sido fundamental para o desenvolvimento da modalidade no Alto Alentejo.

Mas tal como este território, também a AFP tem vindo a sentir os problemas da interioridade, da perda de população e da perda do tecido empresarial, cujos efeitos são notórios a vários níveis. Apesar de todos estes constrangimentos, e com o objectivo de continuar a cumprir a sua missão perante os desfiados actuais, numa perpectiva de futuro, nos últimos anos a AFP tem vindo a desenvolver um trabalho junto dos clubes de todo o distrito no sentido de colmatar as dificuldades sentidas, investindo em projectos estratégicos que têm obtido resultados bastante positivos e de grande importância na conquista de algumas metas.

Alto Alentejo: A Associação de Futebol de Portalegre teve um papel bastante importante no desenvolvimento da modalidade no distrito ao longo do último século. No entanto, o percurso nem sempre foi fácil. Qual é a realidade actual do futebol nesta região?

Daniel Pina: A Associação de Futebol de Portalegre tem ao longo da sua história passado por altos e baixos, mas com algumas marcas importantes. Somos das Associações do interior que mais clubes tivemos na primeira divisão. Mas a verdade é que foram outros tempos, em que se faziam mais investimentos no futebol, e hoje estamos a pagar de uma forma muito dura a interioridade, o despovoamento, a falta de empresas e a falta de apoios aos nossos clubes. Acredito que isso também tem a ver com as grandes empresas que existiram no nosso distrito, e que foram desaparecendo, nas quais os proprietários eram da região, das terras dos clubes que apoiavam. Actualmente as grandes empresas que há no distrito são de pessoas de fora do distrito, são multinacionais, e não há essa ligação ou afectividade ao clube, o que faz com que esse investimento não aconteça, não se verifique, ou seja inferior ao que aconteceu em tempos e que fez uma grande diferença para muitos clubes do nosso território. Basicamente os nossos clubes vivem dos apoios municipais, sem os quais não era possível… mas dentro de cada município há discrepâncias grandes, porque estes subsídios são públicos e os valores do apoios são conhecidos, e há câmaras que apoiam os clubes da sua terra de uma forma verdadeiramente positiva e outros que entendem que esse apoio não deve ser dado com os montantes, que no meu ponto de vista, seriam suficientes. Respeito o trabalho de todos os autarcas, mas não posso deixar de dizer que não se trata apenas do futebol ou do futsal, mas sim do apoio e o pouco investimento que as autarquias fazem no desporto. Sei que é mais fácil fazer festas e gastar verbas em espectáculos musicais, mas depois há a dificuldade de igualar no mesmo valor o apoio ao desporto, e estou a englobar todas as modalidades. Talvez devesse ser ao contrário, porque o desporto é importante para o crescimento das nossas crianças, cria hábitos de vida saudáveis e é a promoção da actividade física. Ao nível das infraestruturas temos bons equipamentos em todo o distrito, e talvez só na cidade de Portalegre as infraestruturas não chegam para a quantidade de atletas que praticam as diversas modalidades existentes, seja os campos de futebol, quer os pavilhões… Acredito, e esse é um desfio que deixo aos autarcas, que este território deveria apostar no desporto, que não sendo um desígnio nacional, passasse a ser do Alto Alentejo, e que conseguíssemos através do desporto desenvolver outras áreas, como o turismo, por exemplo, porque actualmente o turismo desportivo é um sector da sociedade que já tem algum peso, apostando em grandes eventos desportivos que atraiam pessoas ao longo de todo o ano ao nosso distrito.

AA: Por parte da AFP tem havido essa tentativa de trazer eventos desportivos para o nosso distrito?

DP: Nós tentamos e temos conseguido trazer eventos para o nosso distrito, e por vezes não conseguimos mais porque, por exemplo, no caso do futebol, os jogos internacionais têm que ser feitos em relvados, e poucos estádios neste momento têm condições de receber determinado tipo de jogos oficiais. Assim como temos trazido vários jogos internacionais de futsal e tentamos também dessa forma atrair eventos para o nosso distrito porque também queremos proporcionar estas oportunidades às nossas populações.

AA: Mas apesar do despovoamento do Alto Alentejo, que tem tido consequência, por exemplo, ao nível do futebol sénior, como é visível pelas poucas equipas a disputar o Campeonato, a AFP tem vindo a conquistar algumas metas em termos do número de atletas. Como é possível?

DP: Nestes últimos anos, em diferentes áreas, temos deixado a nossa marca, e uma das marcas mais importantes, sublinho, tem a ver com o aumento do número de praticantes, que é algo que muitas vezes me parece não ser muito valorizado pelas pessoas, mas é um feito enorme e é reconhecido pelas nossas congéneres e pela Federação. Todos os concelhos do nosso distrito perdem diariamente população de forma exponencial, e nós conseguirmos ter, pelo segundo ano consecutivo, o maior número de sempre de atletas. É um feito enorme, que se deve não só às medidas que a Associação proporciona aos seus filiados com apoios e incentivos, mas também devido ao extraordinário trabalho que os dirigentes dos clubes têm feito de atrair os mais novos, bem como o trabalho que está a ser feito nas escolas. Através de um programa da FPF, que é o SuperQuinas, estamos a dar AEC’s em escolas do primeiro ciclo de 10 municípios do distrito. Não posso deixar de dizer que lamento que nem todos tenham aderido, porque não percebo porque não aderem a este tipo de iniciativas de desenvolvimento da prática desportiva nas AEC’s. Além disso, a aposta num projecto nosso, mais focado no futebol e futsal feminino, que era o #SouJogadora, em que fomos à escola incentivar a participação das raparigas, permitiu-nos crescer significativamente.

AA: Podemos dizer que o futebol e o futsal feminino estão a conquistar visibilidade no Alto Alentejo?

DP: O futebol e o futsal feminino estão a crescer. Felizmente, neste momento, algumas dificuldades que havia com alguns complexos de as raparigas praticarem estas modalidades tem vindo a mudar, o que fez com que o futebol e o futsal feminino tenham crescido de uma forma exponencial em Portugal, e nós em Portalegre temos vindo a acompanhar essa tendência com resultados que nos orgulham, e que, inclusive, já é visível em equipas e clubes exclusivamente femininos. Na época passada atingimos um valor que era impensável há alguns anos. Era uma marca que, quando a definimos, toda a gente dizia que nunca iriamos conseguir, pois o nosso objectivo era ultrapassar os 10% de atletas femininas, e conseguimos bater esse valor e tivemos quase 12%, mas queremos mais. Neste momento o nosso patamar é atingirmos os 15% e finalmente trabalhar para os 20%. Desde que estamos na direcção da AFP, o número de atletas femininas tem vindo a crescer, sendo que o maior crescimento passou-se na época 21/22 para 22/23, em que tivemos esse aumento de quase 50%. Este crescimento depois é visível no trabalho das nossas selecções. Quando participamos nos Torneios InterAssociações da Federação o nosso objectivo é mostrar os atletas aos selecionadores nacionais, mas em termos desportivos é sempre fazer a melhor classificação possível, e nós conseguimos fazer no feminino aquilo que temos muita dificuldade em fazer no masculino. Ou seja, no masculino a diferença para os outros distritos ainda é grande, enquanto que no feminino conseguimos encurtar barreiras, já conseguimos atingir a Liga de Ouro, na qual estão as oito melhores do País, e, recentemente, quase todos os anos conseguimos ir à Liga de Prata.

AA: Financeiramente, como se encontra presentemente a AFP?

DP: Tem sido um desafio, porque nós quando chegámos, em 2017, a AFP passava por dificuldades financeiras muito grandes, e obviamente tivemos que nos organizar, que criar estratégias para obtermos mais rendimentos e gastarmos menos dinheiro, e foi isso que continuámos a fazer até aqui. Dedicámo-nos a encontrar verbas e apostámos em aproveitar os subsídios da Federação que recebemos com a criação de projectos e com trabalho e criatividade para conseguir que esses apoios venham. Hoje a AFP é uma instituição completamente estável em termos financeiros, e só desta forma é que nós conseguimos dar os apoios que estamos a dar aos nossos clubes, porque sentimos que há clubes que sofrem com a redução das verbas de apoio e subsídios dos municípios, e nós estamos a ajudar os clubes como ninguém ajuda a nível nacional. A AFP dá apoios às diversas modalidades e aos diversos escalões. Por exemplo, em Portalegre é dos poucos sítios onde não se paga taxa de jogo na formação, e este ano, com o intuito de aumentar o número de equipas de seniores, fizemos um investimento brutal em apoios, retirando as taxas de jogo, isentámos as transferências e reduzimos o valor das transferências internacionais, e oferecemos bolas a todos os clubes que entrassem na nossa Liga. Embora não tenhamos esse problema do número de equipas no futsal, não quisemos deixar de apoiar também as equipas de futsal e demos o mesmo apoio em 50%, assim como vamos dar apoios às equipas que estão nas provas nacionais, ou o futebol feminino que é totalmente gratuito. Só com uma boa gestão financeira, conseguirmos mais receitas e reduzirmos as despesas é que conseguimos dar estes apoios, que muitas vezes, em valor global, é maior do que é dado por associações de média dimensão. Percentualmente ninguém dá apoios aos clubes como se dá em Portalegre, isso eu garanto. E os clubes reconhecem, e é por isso que estão ao nosso lado, que estão a fazer um esforço para ajudar a associação a crescer em número de atletas e a crescer noutras vertentes, e é esse apoio que sinto todos os dias por parte dos clubes.

AA: O futsal também tem vindo a conquistar cada vez mais espaço no panorama desportivo do Alto Alentejo?

DP: O futsal tem vindo a ganhar cada vez mais atletas e equipas nos últimos anos, e exemplo disso é que no ano passado tínhamos 10 equipas, enquanto Beja e Évora, num campeonato conjunto, tinham as mesmas 10. Mas tínhamos mais que alguns distritos com muito mais população que o nosso. Além disso, quando chegámos à Associação não havia competições em todos os escalões e neste momento já há.

AA: Há futuro, ou que futuro pode haver, para os campeonatos de futebol de seniores?

DP: Não havendo recursos no nosso distrito, ou seja, atletas entre os 18 e os 35 anos suficientes para integrar as equipas, também consequência do crescimento que está a ter o futsal, porque há muitas equipas que têm futsal e há muitos jogadores que vão para o futsal, torna-se necessário aos clubes fazer investimento na contratação de jogadores, o que para muitos não é viável. Exemplo disso é que este ano temos sete equipas de seniores em futebol, mas possivelmente metade dos jogadores não são do nosso distrito. Mas, para isso, tem que haver um grande investimento, seja através de SAD’s ou de investidores, não sendo algo que todos os clubes possam fazer. As pessoas criticavam que havia poucas equipas de seniores porque era tudo muito caro, quando não era, ou seja, na Associação de Futebol de Portalegre já era o sítio onde era mais barato participar no Campeonato de Seniores. Agora, com as medidas que implementámos este ano, ficou mais barato do que participar no Campeonato do Inatel. Claro que os clubes têm toda a legitimidade de participar e jogar onde querem, mas não se pode dizer que é por questão de custos, ou que há poucas equipas por culpa da AFP, porque se já não tínhamos dúvidas disso, este ano com estas medidas menos ainda temos. O problema é que há uns anos não havia futsal e praticamente em todas as localidades havia uma equipa de futebol porque havia mais pessoas a morar nessa localidade, o que mudou totalmente. Claro que temos a consciência de que cada vez é mais difícil haver um Campeonato de Seniores, e temos que ser realistas nisto, porque é igual à desertificação do nosso distrito, é um processo, do meu ponto de vista, irreversível. O que podemos fazer é tomar medidas para minimizar o que está a acontecer, e no futebol é igual. Muito provavelmente, talvez daqui a uma dúzia de anos, o futebol sénior passará por provas interdistritais. Neste momento, Portalegre já está a organizar uma prova interdistrital de futsal sénior feminino, que é composta por sete equipas e quatro são de Portalegre, duas de Évora e uma de Beja, que vêm jogar a Portalegre porque não há mais equipas nos seus distritos. E se isso acontecer no futebol, não vejo que seja um problema, pois não é a Associação que escolhe onde é que os clubes vão competir, essa é uma decisão dos clubes. O que nós queremos mesmo é que as crianças e os jovens pratiquem desporto e queremos tê-los na nossa casa.

AA: Falando nas camadas mais jovens. Os torneios do Futsalegre e do Futalegre são os grandes momentos de concentração do que se espera seja o futuro destas modalidades?

DP: O Futsalegre e o Futalegre, cujos encontros vão percorrendo todas várias localidades, continuam a ser os grandes eventos e a grande concentração do futebol e do futsal. Porque nestas idades os familiares acompanham as crianças sempre, é possível vemos os estádios cheios como não vemos noutras camadas jovens. São momentos importantes para nós e o nosso desejo é ver cada vez mais crianças nestes encontros, porque significa que estamos a conseguir atraí-los e é aí que estamos a conseguir aumentar o número de atletas também.

AA: Foi também feita, por parte desta Direçcão, uma grande aposta no aumento dos recursos humanos da AFP. Em que medida isso foi importante para o vosso trabalho?

DP: Hoje conseguimos ter mais recursos humanos, que são suportados pela Federação, o tem sido muito importante para o desenvolvimento do nosso trabalho a vários níveis, quer na parte da imagem e comunicação, com a visibilidade que conseguimos dar aos nossos eventos, quer ao nível do Gabinete Técnico, no qual neste momento temos três recursos, um dos mais recentes e que é a gestora do projecto do SuperQuinas, que apoia também a parte do futebol feminino, e temos outro recurso que entrou através do “Projecto 22”, do director técnico regional, e outro através do “Crescer 2024”, sendo que este técnico que além das funções normais do Gabinete é encarregue da certificação dos clubes, e desde que entrou o crescimento foi brutal, quase o dobro de clubes certificados. Resumindo, estamos a falar de dois gabinetes que são totalmente financiados pela Federação e que neste momento acho que é impensável retirar estes recursos às Associação de Futebol, principalmente à nossas e às de menor dimensão, pois só conseguimos mostrar, executar e desenvolver todo o trabalho que temos feito graças a estes recursos, e com o apoio da Federação.

Daniel Pina recandidata-se à presidência em 2024

No próximo ano a Associação de Futebol de Portalegre vai a eleições, e depois de dois mandatos quase cumpridos, o actual presidente da Direcção, Daniel Pina, não tem dúvidas de que voltará a candidatar-se ao cargo, tal como confirmou ao nosso jornal no decorrer desta entrevista.
Começando por referir que «já tem essa decisão tomada» porque «acima de tudo, sinto que há um reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver e tenho o incentivo dos clubes», Daniel Pina diz estar motivado para continuar a trabalhar em prol da Associação, dos clubes, e do futebol e do futsal do Alto Alentejo.
«Acredito que o feedback que tenho por parte dos clubes, relativamente ao que temos feito ao longo destes seis anos, e com o que ainda vamos fazer nesta época, será um bom presságio daquilo que poderão ser os resultados eleitorais», afiança, mostrando-se confiante de que irá conseguir reforçar o apoio, e os votos, comparativamente aos resultados obtidos nas últimas duas eleições, nas quais foi eleito.
«Na minha primeira candidatura recebi o voto de 13 clubes, na segunda vez já foram 20, e tenho esperança, também pelo que me é dado a entender pelos dirigentes dos clubes, que nesta eleição reforçarei o apoio por parte dos clubes», avança, afirmando ter «tanta, ou até mais vontade de ser candidato como tive da primeira vez, e tanta, ou mais motivação para ser presidente da Associação, como tive na primeira vez que fui eleito, bem como toda a disponibilidade e vontade para fazer mais e ainda melhor do que o que já fizemos nestes dois mandatos», assegura.
Questionado sobre os objectivos que pretende atingir com esta recandidatura, Daniel Pina afirma que «podemos sempre fazer mais e temos esse objectivo e essa vontade», dando como exemplo que «queremos continuar a crescer e temos alguns projectos que queríamos ainda ter oportunidade de executar».
Relativamente ao seu trajecto nos últimos anos no comando dos destinos da Associação, Daniel Pina mostra-se orgulhoso do trabalho feito e dos resulta dos obtidos em prol do desenvolvimento do futebol e do futsal no Alto Alentejo, e está convicto que a sua equipa poderá «acrescentar ainda mais valor às modalidades e aos nossos clubes associados, porque é para isso que temos trabalhado e queremos continuar a trabalhar», garante.
Assumindo que há um projecto, que é também um sonho, ainda por cumprir e que gostaria de ter oportunidade de o ver concretizado, Daniel Pina lamenta não ter sido ainda possível construir a “Academia da AFP”.
«A Academia da Associação de Futebol de Portalegre é um sonho que nós temos, mas não depende só de nós, e por isso ainda não foi possível. Quando a AFP emprega a maioria dos seus recursos no apoio aos seus clubes, obviamente que não consegue guardar re cursos para ser autossuficiente e conseguir apenas com o apoio da Federação – que disponibilizava 50% do investimento até ao montante de 500 mil euros – , construir a sua Academia como outras associações no País estão a fazer ou já fizeram», revela, esclarecendo que «só poderíamos fazer a Academia em parceria com um Município, e fizemos alguns contactos nesse sentido, e, inclusive, estivemos muito perto de o conseguir num concelho limítrofe ao concelho de Portalegre, mas em virtude de uma clausula que exigia que, se houvessem dois campos, o segundo tinha que ser obrigatoriamente um relvado, fez com que fosse por água abaixo este projecto».
No entanto, o presidente da AFP diz não ter desistido deste sonho, que considera ser «uma oportunidade de ter uma infraestrutura de excelência no nosso distrito que não pode ser desperdiçada», e assegura que «iremos tentar num futuro próximo, em novos programas de apoio da Federação».
«Obviamente que a primeira opção era fazer em Portalegre, também porque é o concelho que tem mais dificuldades com as suas infraestruturas face ao número de atletas, mas não sentimos interesse de quem iria ser nosso parceiro neste projecto, por isso temos que respeitar as opções políticas de quem gere as instituições, e iremos procurar alternativas», explica.
Sendo já público que haverá uma outra lista candidata às eleições, para o actual presidente da AFP é «normal, numa instituição como esta, haver mais do que um candidato, mais do que um programa de desenvolvimento do futebol e do futsal no nosso distrito, e encaro isso com toda a naturalidade, porque são os clubes que decidem quem querem à frente dos destinos da AFP, e, por isso, encaro a candidatura do professor Hugo Andriaça, ou outra possível candidatura que apareça, com a naturalidade, desde que cumpram o artigo 13ª dos Estatutos da AFP», afirma.
Para Daniel Pina é inclusive «positivo» que haja «oposição», porque «isso ajuda-nos a estar ainda mais atentos e muitas vezes em alguns aspectos a oposição é importante porque desperta-nos para correcções ou acções que são necessárias, ou para interferir em diferentes sectores».
Daniel Pina assegura ainda «não estar preocupado» pois «desde que foi eleito presidente pela primeira vez, nunca fui negligente nem acomodado ao lugar. Tenho sempre uma postura de proximidade com os Clubes, e as pessoas já me conhecem, sabem que estou há 20 anos ligado ao futebol no distrito de Portalegre, dos quais 10 têm sido ligados à Associação, e por isso sabem quem eu sou, já dei provas do meu trabalho, e que os clubes podem contar sempre com esta direcção, tal como temos estado sempre disponíveis para os ajudar».

AFP apoia clubes filiados em mais de 200 mil euros

A Associação de Futebol de Portalegre (AFP) apoiou oito dos seus clubes filiados em 220.173,24€, através do Fundo “CRESCER 2024”, para melhoria das infraestruturas desportivas e aquisição de viaturas.

O Fundo “CRESCER 2024” é uma medida lançada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que visa apoiar as Associações de Futebol Distritais e Regionais, bem como os seus clubes filiados, em cinco grandes áreas de atuação: Aumento de Praticantes; Aposta no Feminino; Melhoria de Infraestruturas (Clubes); Qualificação de Recursos; e Transformação Digital.
O Presidente da Direção da AFP realça que este Fundo “CRESCER 2024” é «determinante para o desenvolvimento da actividade da Instituição e dos seus clubes filiados».

Obras de requalificação da Sede da AFP

Na sequência de um investimento a rondar os 50 mil euros, em 2019 a AFP deu uma nova vida às suas instalações, com obras de reabilitação e requalificação, criando assim condições dignas aos seus colaboradores e ao mesmo tempo respeitando a sua história secular, bem como a importante missão de desenvolver o futebol e o futsal no distrito de Portalegre.

Para Daniel Pina este é um dos marcos do seu trabalho na Associação, pois esta intervenção «representa uma homenagem à história da AFP, bem como aos dirigentes e aos clubes que ajudaram a escrever essa história e continuam, dia após dia, a enfrentar as vicissitudes intrínsecas ao nosso território e a lutar pelo desenvolvimento do futebol e do futsal no Alto Alentejo».

FPF reconhece desempenho da AFP

O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Associação de Futebol de Portalegre e a sua aposta na concretização de determinados objectivos tem vindo a ser reconhecida pela Federação Portuguesa de Futebol, como é exemplo a atribuição do Prémio de Mérito e Excelência em Futebol 2018, como reconhecimento pelo “Maior Crescimento de Atletas Femininas” e pela sua política de Responsabilidade Social.

Maior número de sempre de atletas inscritos

A Associação de Futebol de Portalegre conseguiu atingir nesta época, pelo segundo ano consecutivo, o maior número de sempre de inscrições e de atletas inscritos.

De realçar o crescimento do futsal com mais 100 atletas do que na época passada (quando já era o maior número de sempre na modalidade no nosso distrito) e ainda o exponencial de aumento no feminino: 271 atletas, ou seja, mais 46,49% em relação à época anterior (que já era também o maior número de sempre na AF Portalegre).

De acordo com o presidente da AFP, Daniel Pina, esta é uma conquista «dos nossos clubes filiados, aos quais agradecemos o esforço, a determinação e a luta pelo futuro desportivo do nosso distrito».

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