Um grupo de 73 aderentes do Bloco de Esquerda do Distrito de Portalegre apresentou a sua demissão e acusa a Direcção Nacional de «violar a democracia interna do partido» e de desvalorizar o distrito. As demissões atingem todos os elementos da Comissão Coordenadora Distrital e das Concelhias em funções.
Em comunicado enviado ao nosso jornal e assinado pelo «porta-voz dos aderentes demissionários», António Ricardo, os aderentes que apresentaram a sua demissão denunciam «o caminho que o partido tem vindo a prosseguir, na constante violação da sua democracia interna, bem como a forma como tratou e lidou com o Bloco de Esquerda do Distrito de Portalegre, considerando que neste Distrito não existe massa crítica e que por isso não valia a pena investir, situação que tem sido comum em outros distritos do interior, a par do resvalar da sua política para caminhos da social democracia, onde apenas o objectivo é o de assegurar lugares».
Pelo exposto, «informam a Direcção Nacional do Bloco de Esquerda, que a partir de hoje, 17 de Fevereiro de 2025, se demitem de aderentes».
«É com grande mágoa que assumimos a decisão de nos demitirmos de um partido que foi em tempos a esperança e uma referência em termos de ética e de moral política e que os últimos casos vindos a público sobre despedimentos das e dos, suas e seus funcionarias/os, nos veio acentuar mais a descrença no Bloco de Esquerda», dizem, acrescentando que «continuamos a ser os/as mesmos/as homens e mulheres, activistas de todas as lutas, das quais não desistimos, podendo nos encontrarmo-nos no decorrer dessas lutas».
Do total de 73 demissões, 17 são de Portalegre, 42 de Campo Maior, 9 de Ponte de Sor, 3 de Elvas, um de Nisa e outra de Sousel.