Celebrar o dia 4 de março, é mais uma oportunidade para falarmos de obesidade e do doente obeso.
É uma forma de relembrar que a doença atinge todas as faixas etárias, tem várias causas, é progressiva e recidivante, e que a acumulação excessiva de gordura não tem uma distribuição igual em todos os doentes, mas todos, têm danos na sua saúde.
As consequências são múltiplas, desde hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, patologia respiratória como síndrome de apneia obstrutiva do sono, patologia degenerativa osteoarticular, doença cardiovascular e alguns tipos de cancro.
Reconhecida pelas organizações de saúde como uma doença crónica, ainda não a tratamos como tal. As consultas especificas estão limitadas a alguns centros, o tratamento cirúrgico da obesidade também, assim como apoio de nutricionista, de psicólogo ou a comparticipação de medicamentos.
O combate desta doença, pelo seu caracter recidivante, exige uma equipa multidisciplinar de profissionais, que em conjunto definem estratégias individualizadas, ajustadas e prolongadas no tempo, à semelhança de outras doenças crónicas. O tratamento implica diversas intervenções que exigem continuidade ao longo da vida, pois o risco de recuperação ponderal é elevado, frustrando o doente e os profissionais.
É por isso fundamental, criar programas que estimulem a atividade física, que ensinem e facilitem a escolha de produtos alimentares saudáveis, como é disso exemplo o programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, para a prevenção da pré-obesidade e obesidade.
Apesar de todo a conhecimento cientifico sobre obesidade, os doentes obesos ainda são avaliados como “preguiçosos”, “sem força de vontade“ ou “desleixados “. Características que os culpabilizam pela doença, geram discriminação e desmotivação.
O obeso que adquire um peso saudável, adquire uma nova vida. Aumenta a sua esperança de vida, diminui o risco de doenças degenerativas e cardiovasculares, ganha confiança e autoestima.
Combater o preconceito de que só é obeso quem quer, é também o papel do Dia Mundial da Obesidade. A obesidade não é uma escolha, e quem vive com a doença sente todos os dias os efeitos deletérios do excesso de peso, tanto a nível físico como psicológico.
Temos todos, um logo trabalho pela frente.