Concurso para construção da Infraestruturas Primárias da Barragem ganho por consórcio pelo valor de 65 milhões de euros e prazo de execução de 921 dias. Entretanto a nova aldeia, cujo plano estará concluído até final de 2025 vai nascer no lugar do Mote da Velha.
Dia 8 de Outubro de 2024 fica na história da história das gentes do Alto Alentejo como o momento da aprovação do resultado do concurso para a construção da Barragem do Pisão, por unanimidade e acalmação na reunião extraordinária do Conselho Intermunicipal que decorreu pelo meio-dia nas instalações da CIMAA.
O concurso público internacional foi lançado por 72 milhões de euros e ganhou, com uma proposta de 65 milhões de euros, um consórcio liderado por uma empresa espanhola para executar a obra das Infraestruturas Primárias do Empreendimento Hidroagrícola do Crato, ou seja as movimentações de terras e o paredão da barragem com 54 metros de altura e 1.382 metros de coroamento.
Apresentaram-se a concurso 10 empresas, duas das quais declarando que não podiam apresentar proposta, duas com propostas acima do valor e seis dento dos parâmetros, das quais uma acabou sendo eliminada, ficando cinco com propostas validadas e tendo sido vencedora a do consórcio Agrupamento FCC Construcción, S.A., e Alberto Couto Alves. SA.
A área inundada é de 726ha e a capacidade de armazenamento de 116,2hm3.
A construção da futura aldeia, cujo plano está pronto até final de 2025, a central de produção de energia, a captação e adução de água para a ETA (Estação de Tratamento de Águas de Póvoa e Meadas) implicarão outros concursos, e o Empreendimento de Fins Múltiplos do Crato será explorado por uma entidade criada no âmbito da CIMAA
Maior investimento público no Distrito
O presidente da CIMAA, Hugo Hilário, começou por lembrar que este é «o maior investimento público no nosso Distrito» e agradeceu a «confiança depositada» em si e no presidente Joaquim Diogo, pois foram «legitimados» por os presidentes do restantes municípios para «a todos representar neste processo», deixando ainda um agradecimento especial ao secretário técnico da CIMAA, Carlos Nogueiro, pelo «trabalho para este passo decisivo» e que demonstra, «aos que não queriam a Barragem do Pisão e aos que duvidavam», que esta vai ser uma realidade, «ainda falta muito», mas agora somos muito mais capazes de garantir que vai ser uma realidade», afirmou.
O presidente da Câmara do Crato, e coordenador do processo da Barragem do Pisão no âmbito da CIMAA, fez uma explicação do projecto, começando por agradecer a «confiança depositada» pelos restantes municípios e a sua «capacidade crítica», tal como aos «técnicos da CIMAA» e a «todas as entidades que trabalharam nas várias componentes do projecto», realçando que esta é «a primeira empreitada» para a execução da obra, seguindo- se agora as várias fases como o contrato, a do visto do Tribunal de Contas e a consignação da obra, sendo que a barragem possui três valências, a de abastecimento público, a de regadio e a de produção de energia.
Joaquim Diogo explicou que esta é uma «obra arrojada» e de «grande impacto», bem como todo o enorme trabalho que decorreu até se chegar a esta fase, nomeadamente com os «estudos ambientais concluídos, aprovados e publicados», para além de que «todas as obrigações legais decorrentes do projecto que terão a sua execução no tempo», congratulando-se com o exemplo de «uma Comunidade Intermunicipal conseguir fazer uma obra desta dimensão», que será provavelmente o maior investimento público de sempre no Distrito.
Também o presidente da Assembleia Intermunicipal, Albano Silva, mostrou «orgulho em estar aqui presente» e «poder partilhar este dia» em que se concretiza «uma etapa fundamental para este processo», elogiando o «trabalho extraordinário de todos os técnicos e do secretário técnico da CIMAA, Carlos Nogueiro», num «trabalho da região para a região», assumindo que «continuaremos todos juntos nas próximas etapas» em que a »Assembleia Intermunicipal está fortemente empenhada».