O presidente da Câmara de Monforte, Gonçalo Lagem, confirmou este domingo que a situação que se vive o concelho é «difícil», com 23 novos casos confirmados hoje, que eleva para 78 os casos activos sendo particularmente preocupante o surto de Covid-19 detectado há vários dias no Lar de Santo Aleixo que infectou todos os utentes, bem como «quase todas as funcionárias efectivas».
«O vírus está neste momento com contágio comunitário e várias pessoas na freguesia, de forma directa ou indirecta, relacionadas com o Lar, também estão infetadas», anunciou o autarca, que garante que estão a ser feitos «todos os possíveis para aliviar a enorme tensão que se vive. A maior dificuldade prende-se com a organização dos turnos e arranjar voluntários para os fazer. O enorme risco de se contrair doença, a existência de pessoas vulneráveis nas famílias, daqueles que até estavam cheios de vontade de ajudar e isso os impede», constata.
Gonçalo Lagem adianta ainda que «a maior parte dos casos positivos são assintomáticos ou com sintomas ligeiros» e que «apenas uma senhora está em maiores dificuldades».
O autarca garante ainda que a principal preocupação da Câmara neste momento é as pessoas, pelo que assume sentir-se impotente «a serem-me reportados casos positivos, sem nexo, sem ligação a casos existentes», e avança que amanhã reunirá a Comissão Municipal de Proteção Civil e, depois de recolher todas as sugestões, «tomaremos medidas, se for preciso, que contrariem o estipulado a nível nacional», assegura, referindo-se concretamente ao caso das escolas.
«É um absurdo continuarem abertas. Desde o início que tenho vindo a apelar à confiança em todas as medidas designadas pela DGS, Governo e demais entidades. Mas não posso estar de acordo com este confinamento falso e só para alguns. Sacrificam-se restaurantes, cabeleireiros, ginásios, cultura e unidades hoteleiras. Nada mais. Com as escolas abertas, os contágios continuam. Resultado: destrói-se a economia, pelo menos as referidas, fecham-se empresas, vão milhares para o desemprego e, com isto, não protegemos as pessoas. Os contágios continuam, os números disparam e os profissionais de socorro e saúde que aguentem», denuncia, frisando ainda que «não poderemos ter meias regras e em pleno confinamento assistir a filas intermináveis para votar».