Casal de Portalegre testa negativo à COVID-19

Um casal de Portalegre testou negativo à COVID-19 alegando que este resultado, que durante 52 dias acusou positivo, aconteceu após terem «consumido água das Termas da Sulfúrea», facto que não está cientificamente comprovado.

O casal, de 36 e 34 anos, residente na cidade e com duas crianças, uma de sete anos e um menino de 15 meses, testou negativo hoje (sexta-feira) «após uma semana de tratamento com a água sulfurosa com particularidades muito específicas», à qual o comediante Fernando Rocha já havia atribuído a sua alegada cura.  

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O senhor informou-nos que ao longo destes dias o tratamento do casal passou por ingerir uma quantidade de 10ml de água em jejum e fazer aerossóis durante cerca de 15 minutos duas a três vezes por dia.

O homem acrescenta mesmo que «comecei a sentir diferença na respiração» logo ao início, com a «”libertação” da caixa torácica», reconhecendo que apesar de ser da região não conhecia as propriedades da famosa água termal, mas «entrei em contacto e de imediato me disponibilizaram água», pelo que é «acessível a qualquer pessoa».

«Hoje já posso sair porque já temos autorização», revela o homem após o longo tempo de isolamento com a família na residência.

O menino testou sempre negativo e a menina testou uma única vez positivo, o que se admite possa ter sido contaminação de análise ou falso negativo, pois «nunca teve sintomas».

A Junta de Freguesia de Cabeço de Vide é a proprietária das Termas da Sulfúrea, e o presidente da autarquia, João Olaia, assume com satisfação que «até agora todos testaram negativo após o tratamento», adiantando que «foram 10 os tratamentos realizados»

Para além do caso conhecido do comediante Fernando Rocha, há um seu amigo de Paços de Ferreira, duas pessoas de Barcelos, outras duas de Condeixa, uma de Torres Novas, e esta sexta-feira uma de Guimarães e as duas de Portalegre.

Para além do ph de 11,5 desta famosíssima água termal, muito conhecida e apreciada deste o tempo do Império Romano, esta contém vários microorganismos, um dos quais aumenta a imunidade e destrói o alginato, ou seja uma cápsula que protege os vírus.

Em linguagem popular diz-se que esta água “desfaz” o azeite, e quanto mais ácido for o azeite mais se dissolve na água.

Na escala ORP, que mede a capacidade anti-oxidante, e que quanto mais baixo é o seu valor maior é a sua capacidade, a água da Sulfúrea “mede” -140 (menos 140), pelo que é altamente anti-oxidante, ou seja, «limpa» o organismo, revela João Olaia.

Não há evidências científicas

A presente notícia, datada de 22 de Maio de 2020, foi classificada como “Falsa” pelo verificador de factos do Observador e actualizada pelo nosso jornal a 26 de Junho de 2020, tendo em conta que, de facto, não há evidências científicas que comprovem que a água das termas tenha propriedades curativas na COVID-19, tal como não existem para outros tipo de patologias.

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