O Ministério Público de Elvas apresentou a primeiro interrogatório judicial um homem, com 70 anos, residente em Campo Maior, pela prática de um crime de violência doméstica agravado e de três crimes de incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas.
De acordo com o MP, o arguido e a vítima, de 41 anos, mantiveram uma relação de namoro durante cerca de treze anos, a qual terminou em finais de Julho deste ano.
No decurso do relacionamento, o arguido ofereceu à vítima um veículo automóvel ligeiro de passageiros, encontrando-se indiciado que, depois da separação, o arguido, inconformado com a mesma e porque, embora consciente de que a ofendida não tinha possibilidades financeiras, pretendia reaver o dinheiro pago pela referida viatura, decidiu ordenar a terceiros que incendiassem o veículo, por forma a que a ofendida fosse ressarcida do respectivo valor, pela companhia de seguros.
Em concretização do plano, terceiros não identificados, no dia 1 de Agosto, incendiaram a viatura que se encontrava estacionada à porta da Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior, através da utilização de um produto acelerante de combustão, tendo causado danos nos veículos estacionados e na porta da instituição.
O homem foi detido no dia 12, do presente mês, pela Polícia Judiciária, através da Unidade Local de Investigação Criminal de Évora, e na sequência do interrogatório, no dia 14, o juiz de instrução criminal decidiu sujeitar o arguido às medidas de coação de termo de identidade e residência e prisão preventiva.
Esta detenção teve, ainda, a colaboração da unidade operacional da ASAE de Évora, facto que permitiu apreender cerca de 13.650 litros de óleo e de azeite alimentar, suspeitos de fraude e adulteração por parte do agressor.
A investigação prossegue a cargo da Polícia Judiciária de Évora, sob a direção do Ministério Público de Elvas.