A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR Alentejo) assinaram na segunda-feira, dia 14, um protocolo de colaboração com o objectivo de reforçar a valorização e a gestão do património das Santas Casas da Misericórdia da região.
Este protocolo visa fortalecer a gestão do património das Misericórdias, com especial enfoque no estudo, conservação e dinamização dos seus bens culturais. No âmbito desta colaboração, as equipas técnicas da CCDR Alentejo prestarão apoio técnico às Santas Casas da região, através de ações de avaliação, diagnóstico e aconselhamento nas intervenções necessárias nos seus acervos patrimoniais.
A região do Alentejo destaca-se actualmente como a mais completa em termos de recenseamento e inventário do património das Misericórdias. No total, existem 69 Misericórdias ativas na área abrangida pela CCDR Alentejo, que inclui os distritos de Portalegre, Beja, Évora e parte do distrito de Setúbal. O recenseamento do património foi realizado na totalidade destas instituições, permitindo conhecer o património imóvel, móvel, arquivístico e imaterial das instituições. Na área do património móvel foi possível inventariar na região, sob a responsabilidade do departamento de património cultural da UMP, mais de 19 mil peças de património móvel e museológico.
Manuel Lemos, presidente da UMP refere que «este protocolo surge na sequência de uma longa relação de parceria entre a UMP e o Governo, nomeadamente através do Ministério da Cultura e das extintas Direções Regionais de Cultura. Com a recente transição de competências para as Unidades de Cultura das CCDR, esta colaboração visa assegurar a continuidade e o reforço do apoio técnico às Misericórdias».
A assinatura deste protocolo parte do pressuposto de que o património das Misericórdias é único e constitui o maior garante da identidade destas instituições e da sua ligação histórica às comunidades onde se inserem. A iniciativa pretende, ainda, ser replicada noutras regiões do país, através da celebração de protocolos semelhantes com as restantes CCDR.
Este protocolo representa um passo decisivo na consolidação de uma estratégia nacional de valorização do património das Misericórdias, com impacto direto na preservação da memória coletiva e no desenvolvimento cultural e social das comunidades locais.