A direcção da Associação de Futebol de Portalegre, em conferência de imprensa realizada esta quarta-feira na sua sede, apresentou vários esclarecimentos relativamente à filiação do Villa Athletic Club, assumindo mesmo que a continuidade do clube nas provas oficiais nas quais está inscrito poderá ser suspensa, alegando que «se o clube quiser continuar a competir nas provas para as quais se inscreveu, vai ter de informar a Associação de Futebol de Portalegre sobre qual o campo que vai utilizar», tendo em conta a deliberação do Município de Ponte de Sor, divulgada ontem, que anulou a cedência das instalações desportivas ao Villa Athletic Club.
De acordo com o presidente da direcção, Daniel Pina, «um clube, para se filiar na Associação de Futebol de Portalegre como em qualquer Associação de Futebol do País, tem de ser um clube legalmente constituído (com Estatutos e Órgãos Sociais) e ter sede e campo na área de jurisdição dessa Associação. E foi o que aconteceu», esclarece, clarificando que «o Villa Athletic Club reunia todos esses requisitos e solicitou filiação na Associação de Futebol de Portalegre que, por sua vez, submeteu na Plataforma Score toda a documentação exigida para aprovação pela Federação Portuguesa de Futebol, a qual veio a acontecer no dia 1 de
Agosto».
Assumindo que, por ser uma Entidade de Utilidade Pública, a Associação de Futebol de Portalegre «não pode recusar sócios desde que cumpram os requisitos e após validação da Federação Portuguesa de Futebol», Daniel Pina recorda que a AFP não foi responsável pela criação do Clube, nem pela eleição dos órgãos sociais, e «não foi a Associação de Futebol de Portalegre que cedeu o Estádio Municipal de Ponte de Sor ao clube», frisando que «fica de uma vez por todas esclarecido o processo de filiação do clube na Associação de Futebol de Portalegre e as razões pelas quais a Associação de Futebol de Portalegre não podia recusar a filiação do Villa Athletic Club, ou de outro qualquer clube».
Relativamente à deliberação do Município de Ponte de Sor, na qual anula a cedência das Instalações Desportivas ao Villa Athletic Club, e da qual a AFP teve conhecimento esta terça-feira, Daniel Pina garante que «neste momento, se o clube quiser continuar a competir nas Provas para as quais se inscreveu, vai ter de informar a Associação de Futebol de Portalegre sobre qual o campo que vai utilizar», acrescentando ainda que «como é de conhecimento público, sabemos que existem problemas na organização do Villa Athletic Club, mas a Associação de Futebol de Portalegre não se pronuncia sobre questões internas dos seus filiados», e deixa uma palavra de «conforto e solidariedade aos jogadores que estão a passar dificuldades»
O presidente da AFP refere também que «não foi este o projeto que foi apresentado à Associação de Futebol de Portalegre e aos clubes filiados na Assembleia Geral em Monforte, no dia 27 de Agosto» e lamenta toda esta situação, por «nada enaltecem as instituições e não fazem falta ao futebol português».
«Os seniores de futebol não são, nem poderão ser, a única preocupação de uma Direção de uma Associação de Futebol»
Na sequência das muitas notícias veiculadas após o arranque das competições distritais de seniores de futebol da Associação de Futebol de Portalegre, que este ano contaram apenas com seis inscrições, a Direção da AFP aproveitou esta conferência de imprensa para prestar alguns esclarecimentos.
Refere Daniel Pina que «provavelmente, por ser o escalão mais visível e mediático, os seniores de futebol não são, nem poderão ser, a única preocupação de uma direcção de uma Associação de Futebol», recordando que «este ano organizamos 15 campeonatos distritais, temos o campeonato Distrital de Seniores de Futsal com o maior rácio de equipas do País, tivemos ainda na última época desportiva o maior número de atletas inscritos da história desta Associação e fomos também a Associação que registou o maior aumento percentual de atletas entre as 22 Associações do País. Também na última época tivemos 10 Selecções a representar o distrito nas competições da FPF e, ao longo dos últimos anos, temos sido sucessivamente premiados pelo nosso desempenho no crescimento do futebol feminino», motivo pelo qual lamenta que «voltemos a ser notícia pelo que sentimos mais dificuldades, o futebol sénior».
Reconhecendo que «é neste escalão e nesta modalidade que sentimos, há mais de uma década, as consequências do despovoamento do nosso território, bem como da falta de força empresarial e até mesmo autárquica», o presidente da direcção alega que «a AFP não é a responsável pelo despovoamento do nosso território, não é responsável pela escassez de atletas, principalmente quando muitos dos nossos jogadores desistem precisamente no momento em que partem para o litoral, seja para estudar, seja para trabalhar, assim como não é responsável pela falta de apoios que os nossos clubes têm, tanto a nível empresarial como autárquico. E também não somos responsáveis por alguns clubes escolherem participar nas competições de Recreação e Lazer do Inatel».
A Direção da Associação de Futebol de Portalegre, na impossibilidade de controlar os factores mencionados e os constrangimentos daí advindos, «tem nos clubes o testemunho do nosso trabalho, do apoio prestado aos mesmos e, no que temos controlo, procuramos fazer a nossa parte da melhor forma», realça o responsável, denotando ainda que «quem define o valor das inscrições e das transferências é a Federação Portuguesa de Futebol e esses valores são iguais em todo o território Nacional», sendo que «as taxas fixadas pela Associação de Futebol de Portalegre são das mais baixas do país. Ou seja, um clube que participe no Campeonato Distrital de Seniores em Portalegre gasta menos dinheiro do que em qualquer parte do País», destaca, Daniel Pina.