A importância do rastreio do cancro da mama

Artigo de Opinião do Dr. Rui Oliveira Soares, médico; vogal da direcção e responsável pela Prevenção Secundária da LPCC – Núcleo Regional do Sul

O rastreio de base populacional do cancro da mama é muito importante visando detetar cancros em fase tratável, permitindo deste modo baixar a morbilidade (dano geral para a saúde física e mental) e a mortalidade por cancro da mama. O objeto deste rastreio é abranger toda a população feminina entre 50 e 69 anos.

O Rastreio do Cancro da Mama é, legalmente, uma obrigação do estado que, por sua vez, contratualiza este serviço à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

Em 2021, passou a realizar-se o rastreio também na região de Lisboa e Vale do Tejo e Setúbal. A LPCC congratulase porque estava ferido o princípio da equidade se uma utente pudesse ser rastreada em Beja, mas não em Lisboa. Este alargamento da área de rastreio é para nós uma grande responsabilidade, mas também uma oportunidade por nos permitir divulgar o trabalho da LPCC não só na prevenção secundária (deteção precoce do cancro) mas também nas suas outras valências: prevenção primária do cancro, apoio direto ao doente oncológico e estímulo à investigação e formação em oncologia.

Vale a pena atentar em 5 características deste rastreio que organizamos:

• Acessibilidade: A LPCC dispõe de Unidades Móveis de Rastreio que cobrem o território, o que permite a todas as utentes efetuar o rastreio sem terem de se sujeitar a grandes deslocações.

• Avanço tecnológico: Todos os mamógrafos são de última geração (digitais diretos) e a LPCC dispõe de um moderníssimo sistema de armazenamento e comunicação de dados, especialmente concebido para este fim.

• Segurança: A LPCC cumpre sempre em excesso as recomendações de segurança nos seus espaços e unidades móveis (de acordo com um inquérito realizado às nossas utentes, 97% sentiram-se seguras com as medidas adotadas nas nossas instalações e com a nossa equipa técnica). Além disso, usamos sofisticados sistemas informáticos para que os dados das utentes nunca possam ser acedidos para outro fim diferente do próprio rastreio.

• Comodidade: As unidades móveis são modernas, práticas, cómodas, e foram concebidas especialmente para a LPCC, permitindo levar tecnologia e meios humanos às utentes.

• Excelência técnica: Os radiologistas coordenadores do nosso rastreio, Dr. José Carlos Marques e o anterior Dr. Fernando Lage, são reconhecidos como “experts” entre os médicos radiologistas na mamografia em geral e no rastreio do cancro da mama em particular. A equipa de radiologistas por ele dirigida efetua uma reunião de consenso cada vez que existe uma pequena dúvida ao classificar a mamografia. As técnicas de radiologia que dão apoio às unidades móveis e ao centro de aferição e leituras são experientes e efetuam anualmente ações de formação programadas pelo coordenador do rastreio.

Por tudo isto, vale a pena divulgar o Rastreio do Cancro da Mama. Vale a pena confiar. Vale a pena fazer. E assim salvamos vidas.

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