Portalegre tem tudo para ser uma terra de oportunidades: gente trabalhadora, paisagens únicas, património cultural riquíssimo e uma ligação profunda ao mundo rural. Mas a verdade é que, para quem aqui vive e trabalha, o sentimento dominante é outro: o de abandono.
Durante anos, este distrito foi empurrado para a periferia das prioridades políticas nacionais. As populações sentem que a sua voz não conta, que as promessas feitas em tempo de eleições desaparecem mal se apagam os holofotes. E os resultados dessa negligência estão à vista: a perda contínua de população, o encerramento de serviços públicos, a falta de acessos, o envelhecimento da comunidade, o desespero de quem quer ficar mas sente que não pode.
Portalegre é, atualmente, o distrito do país com menos habitantes e perdeu, só na última década, mais de 10% da sua população. Cerca de 30% dos residentes têm 65 anos ou mais, revelando um índice de envelhecimento muito acima da média nacional.
Esta realidade demográfica tem impactos profundos na economia local. Sem pessoas, sem jovens, sem massa crítica, torna-se cada vez mais difícil manter negócios sustentáveis, atrair investimento e garantir a renovação do tecido produtivo. Talvez por isso mesmo, Portalegre tenha registado um aumento explosivo de insolvências em 2024: só no primeiro trimestre, o distrito teve um aumento de 350% face ao mesmo período do ano anterior. Em março, foram declaradas 349 insolvências — mais 78 casos do que em março de 2023. Entre os setores mais afetados está a Agricultura, Caça e Pesca, que registou um crescimento de 200% no número de insolvências. Estes números revelam bem a fragilidade da economia local e a pressão que recai sobre os empresários e trabalhadores da região.
A par da crise económica, cresce também a insegurança. De acordo com o último Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), a criminalidade violenta e grave no distrito de Portalegre aumentou 30,4% em 2023. Em números absolutos, foram mais 34 crimes registados do que no ano anterior — um crescimento alarmante para uma região que sempre foi vista como segura.
O abandono político tem um preço. E paga-se todos os dias com serviços de saúde deficitários, com transportes quase inexistentes, com jovens a sair e idosos a ficarem sozinhos.
O distrito precisa urgentemente de políticas que promovam o investimento, apoiem quem quer empreender, criem emprego e melhorem a qualidade de vida. É por isso que defendemos uma aposta clara no mundo rural e na valorização das suas especificidades — e não a aplicação cega de políticas pensadas para as grandes cidades.
É também por isso que, graças à ação determinada do Chega na Assembleia da República, conseguimos finalmente abolir as portagens nas antigas SCUT, nomeadamente na A23. Uma medida de justiça, que representa um alívio significativo para os empresários e trabalhadores da região, e que contribui para tornar o distrito mais competitivo.
O Chega acredita que o Alentejo — e Portalegre em particular — não é uma nota de rodapé no país. É uma prioridade. Por isso temos denunciado a imigração descontrolada que pressiona os serviços públicos, o desequilíbrio nos apoios sociais e a injustiça de tratar quem cumpre como se fosse um problema, enquanto se fecha os olhos a abusos e ilegalidades. Hoje, a AIMA admite que existem mais de 1,6 milhões de imigrantes em Portugal — um número que deveria fazer soar todos os alarmes. Durante anos, fomos atacados por alertar para esta realidade. Agora, outros partidos começam a reconhecer o problema, mas apenas por conveniência eleitoral. A verdade é só uma: o Chega tinha razão desde o início.
A nossa candidatura às legislativas de 2025 tem um compromisso firme: dar voz ao interior, ouvir as populações, construir soluções reais para os problemas concretos.
Por Portalegre, pelo Alentejo, por Portugal.