Crise climática motiva estudantes da Universidade de Évora a desenvolver App «Batila»

Um grupo de estudantes da Universidade de Évora desenvolveu uma aplicação (App) que permite registar as actividades diárias em categorias como transporte, consumo de energia, alimentação e resíduos. Esta funcionalidade vai estar em concurso no TecStorm, considerado o maior evento de tecnologia e empreendedorismo universitário nacional, potenciado pela JUNITEC – Júnior Empresas do Instituto Superior Técnico, a decorrer de 28 a 30 de março, no Técnico Innovation Center, em Lisboa.

A App, chamada Batila, “nasceu da necessidade urgente de abordar a crise climática e oferecer uma solução prática para indivíduos monitorizarem e reduzirem as suas emissões de CO2. Inspirados por iniciativas globais e pela crescente conscientização sobre as mudanças climáticas, buscamos criar uma ferramenta que une tecnologia e responsabilidade ambiental para promover um futuro mais sustentável” indica a equipa de estudantes composta por Manuel Afonso, Licenciatura em Engenharia informática, Carina Estevão, Licenciatura em Engenharia das Energias Renováveis, e os estudantes Gaspar Ginga e Tchinofila José, ambos da Licenciatura em Engenharia Mecatrónica.

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A equipa de estudantes da Universidade de Évora acrescenta que esta aplicação «permite aos utilizadores registar as actividades diárias em categorias como transporte, consumo de energia, alimentação e resíduos» e a App calcula automaticamente a pegada de carbono de cada actividade, fornece relatórios detalhados e sugestões personalizadas para reduzir as emissões. Além disso, oferece funcionalidades de gamificação, recompensas e opções de compensação de carbono para envolver os utilizadores em práticas mais sustentáveis.

«Os diferenciais da Batila incluem o uso da API do Gemini para análises avançadas e previsão (forecast) de emissões e consumo. A gamificação também é um ponto forte, incentivando o envolvimento dos utilizadores e a adoção de hábitos sustentáveis», com a equipa do projecto a sublinhar a importância do acompanhamento técnico e científico de Sofia Capelo, professora do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora, a quem agradecem “pelo envolvimento e disponibilidade”.

Inicialmente desenvolvida utilizando uma combinação de tecnologias avançadas e práticas de design centradas no utilizador, a integração com a API do Gemini permitiu análises de dados em tempo real e a entrega de recomendações personalizadas. Sensores foram implementados para capturar informações relevantes, e a interface foi projectada para ser intuitiva e envolvente, com elementos de gamificação que incentivam o uso contínuo.

Funções adicionais que fortalecem a aplicação incluem: Simulação de substituição de energia convencional por energia renovável, mostrando o impacto na redução da pegada de carbono; Monitorização de energia gerada por painéis solares e um pequeno guia, com o apoio da API do Gemini, que sugere tecnologias e mudanças ecologicamente eficientes para empresas, promovendo práticas sustentáveis corporativas.

Um dos maiores desafios foi a integração de sensores e da API do Gemini, garantindo que os dados fossem precisos e apresentados de maneira compreensível para o utilizador final. Outro obstáculo foi criar uma experiência de utilizador envolvente que equilibrasse informações detalhadas com simplicidade e clareza.

«Estamos orgulhosos de termos desenvolvido uma aplicação que não só ajuda os utilizadores a entenderem o seu impacto ambiental, mas também os incentiva a fazer mudanças significativas nas suas vidas. A integração bem-sucedida da API do Gemini e o feedback positivo sobre as funcionalidades de gamificação são conquistas notáveis. Além disso, o cálculo da pegada de carbono tem sido altamente útil, pois muitos clientes têm procurado essa funcionalidade no mercado», concluem.

Os estudantes sublinham que este projecto foi desafiante, pois «aprendemos que a educação e o envolvimento são fundamentais para motivar as pessoas a adoptarem práticas sustentáveis. Também entendemos a importância de uma interface amigável e de análises precisas para construir a confiança do utilizador na aplicação. Outro aprendizado foi sobre o valor de oferecer ferramentas específicas, como as relacionadas com a energia renovável, que podem gerar impactos positivos tanto para indivíduos quanto para empresas».

O que vem a seguir para a Batila App? Os estudantes não têm dúvida: planeiam expandir as funcionalidades da Batila, incluindo: Integrações com dispositivos IoT para um monitoramento ainda mais preciso; Parcerias com projetos de compensação de carbono; Recursos educativos adicionais para aumentar a conscientização sobre sustentabilidade; Expansão para outros mercados e idiomas, alcançando uma audiência global e desenvolvimento de ferramentas específicas para empresas, utilizando o Gemini para sugerir tecnologias sustentáveis e mudanças eficientes, alinhadas aos objectivos ambientais corporativos.

Os estudantes, indicam que o nome Batila tem raízes na língua Kikongo, falada no norte de Angola, e deriva da palavra “Ubatila”, que significa “cuidar” ou “proteger”. A palavra “cuidar” reflecte não apenas o compromisso com a sustentabilidade, mas também a necessidade de cuidar do planeta, das pessoas e do futuro. Em muitas culturas africanas, o conceito de comunidade e preservação é essencial, e o nome Batila carrega essa filosofia de forma poderosa.

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