Até ao final da Primavera, a equipa do projecto Sistema Nacional de Monitorização de Insectos Vectores da Xylella fastidiosa (SNM_XylellaVt), financiado pelo PRR, desafia os cidadãos a estarem atentos às espumas das plantas: ao detectar espumas nas plantas, registar os dados na app e preencher o formulário online, ajuda-os a criar um mapa actualizado da distribuição temporal e espacial do aparecimento da fase juvenil de quatro espécies de cigarrinhas, existentes em Portugal, que, uma vez adultas, são responsáveis por transportar a bactéria de quarentena Xylella fastidiosa de uma planta para outra.
Em Portugal já foi detectada a presença da bactéria Xylella fastidiosa em quatro espécies de cigarrinhas em território continental, mas pouco se sabe sobre a distribuição temporal e espacial actual destes insectos no nosso país. É com esse objectivo que a equipa do projecto SNM_XylellaVt desafia os cidadãos a estarem atentos às espumas, localizadas principalmente nos caules das plantas, no seu dia-a-dia, em férias em Portugal, ou quando passeiam em espaços naturais, olivais, vinhas, pastagens, pomares ou no montado. As espumas são sinais da presença destas espécies de insectos vectores de transmissão da bactéria Xylella fastidiosa.
«A participação activa dos cidadãos é fundamental para o sucesso da campanha “Ajude-nos a salvar as suas plantas!” e para a protecção das nossas plantas. Com a ajuda de todos os cidadãos vamos poder compreender a dinâmica populacional dos insectos vectores e a sua relação com as plantas, o que poderá ajudar a planear medidas de combate à Xylella fastidiosa, prevenindo a disseminação desta bactéria. Isto é muito relevante, tendo em conta que não temos um tratamento curativo directo para esta bactéria, o que torna o seu controlo extremamente difícil», explica Ilaria Marengo, parceira do projecto SNM_XylellaVt e investigadora do InPP. «A destruição de plantas infectadas e o controlo de insectos vectores são, de momento, as principais medidas para prevenir a disseminação da bactéria», acrescenta.
Todos podem contribuir para a campanha “Ajude-nos a salvar as suas plantas!” que está em marcha: basta que, ao avistar as espumas de cigarrinhas, tire fotografias às espumas, localizadas nos caules das plantas, e à planta onde as encontrou, registe os dados na aplicação ODK Collect 2024 disponível para o seu telemóvel, registe a data e a localização geográfica – se possível com as coordenadas GPS – ou, em alternativa, submeta estes dados usando um formulário online na plataforma do projecto: https://central.iplantprotectservices.pt/-/single/w4zeBog3uxQfVDkJoHPImeLJ26CmLeQ?st=ZCAVSmgMj7qqgVcoEKXWsUpuVs3wK03GbdD4TuV2QlearNPKk4D9fJosBAhwwI4c
A campanha “Ajude-nos a salvar as suas plantas!” está a ser desenvolvida no âmbito do projecto SNM_XylellaVt, atualmente em curso. O SNM_XylellaVt, liderado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR CENTRO), e do qual o InPP é parceiro, pretende conter a doença às áreas identificadas até agora e travar a dispersão desta doença pelo resto do território português. Para isso, está a criar uma rede para a monitorização da X. fastidiosa e do(s) seu(s) insecto(s) vector(es), em particular as cigarrinhas das espumas, com o nome científico Philaenus spumarius, Philaenus tesselatus, Neophilaenus lineatus e Cicadella viridis, permitindo o desenvolvimento de novas ferramentas, como os modelos de previsão de risco que permitam ao Serviço Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA) alertar, em tempo real, sobre os níveis económicos de ataque (NEA) para estes insectos, e prevenir a propagação da infecção a culturas relevantes para a agricultura nacional.
Em 2019, a bactéria Xylella fastidiosa foi detectada pela primeira vez em Portugal, na área metropolitana do Porto, tendo vindo a ser detectada, desde então, noutras zonas de Portugal Continental. Esta bactéria ataca uma ampla gama de plantas, constituindo um risco para as culturas agrícolas e florestais com importância económica relevante.