A direcção da Escola Secundária de S. Lourenço vai abrir um processo interno para averiguar denúncias de alegadas agressões a alunos imputadas a um professor de Geografia, confirmou ao nosso jornal a directora do estabelecimento de ensino, Graça Sousa.
O caso foi reportado ao nosso jornal através de uma denúncia, cujo autor pede reserva de identidade, que dá conta de que um professor «agride, constantemente, nas suas aulas de Geografia, os alunos tanto verbalmente como fisicamente», especificando que «verbalmente trata os menores de idade abaixo de cão, chegando a humilhá-los perante a turma toda», e «fisicamente atira-lhes objectos, empurra mesas contra eles e arrasta os alunos».
Segundo a denúncia, esta é «uma situação de extrema gravidade que se vivencia diariamente na Escola Secundária de S. Lourenço» e de que a «senhora directora tem conhecimento, mas escolheu a opção de olhar para o lado e nada fazer, o que vem gerando grande insatisfação junto dos pais e encarregados de educação», uma vez que estes «já pediram várias reuniões, mas a situação não se resolve, encobrindo o professor constantemente. Fala-se, entre os pais, num clima de medo que a directora Graça Sousa tem em relação ao docente e por este motivo “fecha os olhos” às agressões».
A denúncia vai ainda mais longe e acusa a actual direcção do estabelecimento de «perseguições constantes a funcionários e professores», descrevendo «um clima de medo, como nunca se viveu em mais de dez anos, entre todos os que trabalham na escola» e considerando que «a actual situação é insustentável», pois «há “amigos” que tudo podem, desde chegarem atrasados, faltarem e não lhes ser imputada qualquer falta», e «quem já não é amigo é perseguido ao ponto de terem de meter baixa médica ou calarem-se».
O nosso jornal contactou a professora Graça Sousa, directora da Escola Secundária de S. Lourenço, que confirmou ter recebido, na última semana, por escrito, por telefone e presencialmente queixas contra o professor, refutando qualquer «encobrimento» ou «medo».
A directora adianta que reuniu com os representantes dos pais de uma turma e falou com o representante dos pais de outra turma relativamente a esta questão, estando ainda agendada uma reunião com os encarregados de educação de uma terceira turma.
Perante as situações reportadas, Graça Sousa ouviu o professor e agendou uma «reunião urgente» com os coordenadores de departamento e de área «com vista a iniciar um processo de averiguações», o que ainda não aconteceu porque a dirigente se encontra de baixa por doença.
Relativamente às acusações de «perseguições» a professores e funcionários, a dirigente «desmente categoricamente» tais afirmações, garantindo que «neste momento apenas temos uma baixa por doença relativa a um professor».