CNA contesta falta de resposta eficaz do Governo para prejuízos causados por javalis

Numa reunião promovida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), no âmbito do “Plano Estratégico e de Acção do Javali em Portugal”, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reiterou a necessidade urgente de serem atribuídas indemnizações aos agricultores pelos enormes prejuízos causados por javalis e outros animais selvagens.

Segundo o estudo da Universidade de Aveiro, realizado entre Setembro de 2020 e Dezembro de 2022, estimava-se que a população de javalis rondasse os 280 mil animais, podendo chegar a cerca de 400 mil. A gravidade da situação, que muito afecta a agricultura, particularmente a agricultura familiar e as zonas de minifúndio, tem forçado muitos agricultores a deixar de produzir, por não conseguirem suportar os prejuízos.

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De acordo com a CNA, o problema «assume dimensão nacional e agrava-se a cada ano que passa, mas este Governo, como os anteriores, nega-se a dar uma resposta eficaz aos agricultores e a compensação dos prejuízos não parece estar, sequer, em cima da mesa».

A CNA ressalva que valoriza o estudo das populações destes animais, bem como a sua anunciada actualização, no entanto, defende que «esta medida, só por si, não resolve a situação aflitiva dos agricultores, nem põe fim aos perigos que o problema representa para a segurança e saúde públicas».

O Ministério da Agricultura e o Governo «não podem continuar a escudar-se em actualizações de estudos ou medidas de fraco alcance», contesta a CNA, defendendo que «é urgente garantir a atribuição de indemnizações, em tempo célere, asseguradas pelo Ministério da Agricultura, independentemente do direito de retorno por parte do Estado, por forma a ressarcir os agricultores dos prejuízos provocados por animais selvagens, bem como o controlo de densidade das populações e o seu controlo sanitário», acrescentando ainda que «a melhoria do rendimento dos agricultores passa por garantir que as explorações agrícolas não acumulem mais prejuízos às dificuldades que já enfrentam», e por «tomar medidas para travar o abandono forçado da actividade é um passo importante para inverter a situação de desertificação humana das zonas rurais e os alarmantes défices de bens alimentares do nosso País».

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