No sábado, dia 28, pelas 21h, a companhia Amarelo Silvestre apresenta no Teatro Cinema de Ponte de Sor, o espectáculo Diário de uma República II. Diário de uma República é um projecto a 10 anos que, entre 2020 e 2030, vai registando a realidade do território português, através do teatro e da fotografia. Trata-se de um olhar-ver artístico sobre o que vão sendo as pessoas e as paisagens de Portugal, ao longo de uma década.
Depois da Justiça, na 1.ª edição, Diário de uma República II (2.ª edição) tem como foco a questão do Trabalho, no seu sentido mais amplo: o trabalho das mãos, do corpo, da cabeça, o trabalho humano na paisagem, as questões de género e sociais do trabalho, a beleza e a feiura do trabalho.
Às fotografias de Augusto Brázio e Nelson D’Aires, recolhidas em residências artísticas em Nelas, Ílhavo, Leiria, Lisboa, Loulé, Ponte de Lima, Portalegre, Seia, Viana do Castelo e Vila do Conde, somam-se as histórias das pessoas e as suas circunstâncias e o teatro enquanto potenciador não de respostas, mas de mais perguntas.
Que Teatro resultará do ato de (nos) vermos realmente? Fotografar para prolongar o olhar. Fotografar o Real, já imaginando Teatro. Dar perguntas para ver. Sair para a rua com as perguntas todas. Ter a sensação de que nunca vimos o que estamos a ver. Perguntar para não se saber tudo. Contrariar o perigo de se saber tudo. Quando se souber tudo, nada mais há para perguntar. Seria uma pena. Olhar por querer. Para ver. Não dar respostas, dar perguntas. Fotografar para prolongar o olhar. Levar fotografias para o palco do Teatro e continuar a olhar e a dar perguntas. Sempre para ver. Quando o espetáculo terminar, não terminam as fotografias. E as perguntas tampouco.
Em Ponte de Sor, a companhia procurou reparar nos lugares e nas suas diferentes manifestações, bem como dialogar com as pessoas em pontos ou actividades, tais como actividades de extracção e de transformação de cortiça; apanha da azeitona e produção de azeite; produção de carvão; vivência quotidiana das pessoas; e comunidades ciganas.
Com direcção artística de Fernando Giestas, apoiado por Rafaela Santos, o espetáculo é interpretado pelo ator Daniel Teixeira Pinto, que contracena com Fernando Giestas e Ricardo Loio. A música original, e tocada ao vivo, é de José Pedro Pinto, a cenografia de Henrique Ralheta, o apoio à dramaturgia e ao movimento de Yola Pinto, o desenho de luz de Wilma Moutinho e os figurinos de Rafaela Mapril. Ao longo do processo, Fernanda Eugénio prestou consultoria artística.
Diário de uma República II é uma coprodução Cineteatro Louletano, Teatro D. Maria II, Teatro São Luiz, Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, Teatro Diogo Bernardes e Município de Seia.