Nuno Brito é o novo presidente da direcção da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco, cujos novos órgãos sociais tomaram posse na última sexta-feira.
Este acto marcou o fim de um percurso de 38 anos de Elícidio Bilé a comandar os destinos desta instituição, o qual aproveitou o momento de passagem de “testemunho” desta missão para lembrar antigos membros dos órgãos sociais que foram pioneiros na instalação da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco, e fazer um balanço dos projectos, parcerias e acções que foram desenvolvidas ao longo dos anos, bem como referir alguns dos desafios que, na sua opinião, os novos órgãos sociais terão.
Elícidio Bilé, que assume que gostaria de ter conseguido fazer ainda mais, sai orgulhoso do trabalho desenvolvido e assume-se disponível para continuar a colaborar e a sua disponibilidade e experiência para ajudar a nova direcção no que for preciso.
Após leitura do compromisso e respectivo acto oficial de tomada de posse, o novo presidente da Cáritas, Nuno Brito, dirigiu algumas palavras aos presentes, começando por agradecer a D. Antonino Dias, Bispo da Diocese, «a confiança que depositou em nós», e dirigindo uma palavra de reconhecimento ao presidente da Direcção cessante, Elícidio Bilé, que «dedicou a esta instituição 38 anos, uma vida…, muitas vezes com prejuízo da sua vida pessoal, familiar e social, mas sempre com grande sentido de missão, sabendo encarnar o espirito Cáritas, dinamizando as suas diferentes áreas e dizendo sempre presente em situações de miséria, de apoio aqueles que se encontram nas franjas mais frágeis da nossa sociedade ou em situações de catástrofe e calamidade como os fogos que regularmente nos assolam».
Referindo ainda que Elícidio Bilé soube «com empenho e dedicação, serenidade e modéstia, transformar os problemas em oportunidades, fazendo chegar e dando a conhecer, a tantos, a caridade e a misericórdia de Deus, traço vinculativo da Espiritualidade Cáritas», Nuno Brito confessou não saber se «estaremos ao seu nível», mas deixou a certeza de que «tudo iremos fazer para honrar o legado que nos deixa. Legado que nos responsabiliza, mas ao mesmo tempo nos anima e conforta».
O novo presidente disse ainda que os novos órgãos sociais irão trabalhar «com confiança, empenho, dedicação e humildade» para «manter o rio no seu leito, procurando levar a água cada vez mais longe e a mais pessoas», e constatando que «vivemos tempos difíceis, numa sociedade de descarte, individualista, cada vez menos solidária e com grande falência nos valores fundamentais que norteiam os nossos princípios, um mundo assolado por guerras, com fluxos migratórios descontrolados e em que a pobreza atinge cada vez mais famílias, em que assistimos a situações limites, mesmo em pessoas estruturadas e com emprego, que nos obrigam a uma responsabilidade e atenção cada vez maiores», Nuno Brito assumiu que «a tarefa que temos pela frente não é fácil», mas disse estar certo de que «saberemos encontrar a motivação necessária para dar as respostas que se impõem sem abdicarmos dos nossos valores».
«Vamos procurar estar atentos também aos mais jovens, promovendo o seu envolvimento em questões e causas que lhe são caras e ao mesmo tempo preocupações do Nosso Papa Francisco, como o cuidado da “Casa Comum”, procurando sensibilizar cada vez mais pessoas para a crise climática que tanto nos preocupa», garantiu, frisando ainda que «a nossa missão e os nossos valores estarão sempre presentes nas iniciativas que levarmos a cabo como marca de água identitária que nos distingue das demais instituições, em respeito absoluto pela doutrina social da Igreja e as orientações do nosso Bispo».
Na sua intervenção, D. Antonino Dias também agradeceu aos membros cessantes, «e, neles, a todos quantos, ao longo dos anos, aceitaram constituir os Órgãos Sociais que se foram seguindo, desenvolvendo, dedicada e eficientemente, este serviço à causa social da Igreja na diversidade das suas dimensões de acolhimento, integração, ajuda humanitária e promoção social e cultural», fazendo uma referência especial a Elídicio Bilé, que «pediu para ser substituído», e que «quase a completar trinta e oito anos como presidente da Direcção da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco, em regime de voluntariado», desempenhou esta função com «generosa e total dedicação».
«Reconhecido nas instâncias superiores da Igreja em Portugal neste importante serviço eclesial, nas Dioceses portuguesas com quem partilhou preocupações e colaboração, tido com respeitável apreço nas Dioceses fronteiriças de Espanha, pela sua capacidade de iniciativa, organização, intervenção e participação, agiu e representou a Diocese e o seu Bispo com verdadeiro espírito de Igreja, com discrição, competência e elevado nível. Sem se poupar a esforços neste serviço à causa social, sempre agiu em comunhão com as suas equipas, os colaboradores e benfeitores da Cáritas Diocesana e as parcerias estabelecidas, a quem também estamos muito gratos», sublinhou.
D. Antonino desejou um «bom trabalho» aos novos órgãos sociais, agradecendo-lhes por «terem aceitado este serviço diocesano, tão importante quão necessário», e afirmou a sua confiança na «continuidade deste serviço eclesial em espírito de equipa e em comunhão com o Bispo Diocesano, dando aso à ‘fantasia da caridade’ para o discernimento e eficácia dos serviços a prestar e para a sensibilização e envolvimento de pessoas e comunidades a pensar e serem solidárias com quem sofre, promovendo assim a dimensão caritativa em toda a Igreja Diocesana, com a organização local onde ainda não existe e a partilha fraterna».
“Caixa”
Direcção
Presidente – Nuno Alexandre Isidoro Frade de Brito
Secretário – João Luís Pires Garção
Tesoureira – Teresa Cristina Santos Pereira
Vogais:
João José Forte Neves
Tânia Isabel Fazendas e Patrício Esteves
Vitória Maria Mouzinho Madureira Ramalhete
CONSELHO FISCAL
Presidente – Nuno Miguel da Costa Tavares
Vogal – Antero de Figueiredo Marques Teixeira
Vogal – João Nuno Cativo Cardoso
ASSISTENTE ECLESIÁSTICO
Padre Rui Miguel dos Santos Rodrigues