Realizou-se no dia 4 de Novembro a tomada de posse dos novos órgãos concelhios da Juventude Socialista de Portalegre. Com a sala da Cooperativa Operária Portalegrense cheia, Mário Ceia tomou posse como presidente de Concelhia, enquanto a vice-presidência ficou entregue a João Freire e Cristina Narciso.
Perante uma plateia com cerca de 100 pessoas, Mário Ceia definiu dois grandes objectivos para a estrutura da JS de Portalegre a cumprir ao longo do mandato. Por um lado, «o combate local» ao mencionar que «devemos continuar a ser a alavanca do concelho e a trazer para cima da mesa a discussão de temas como a ciclovia, os animais abandonados e a valorização dos museus e do património histórico da cidade». Por outro lado, o «combate nacional» referindo que «devemos defender ainda mais o progressismo, o Estado Social e todos os valores que Abril nos deu».
O novo responsável pela concelhia, fazendo uma analógica com uma «casa comum», afirmou que «cada militante tem o seu espaço, o seu próprio quarto, para crescer e pensar, para escolher a cor das paredes, o tipo de janelas e de portas, porque são as pequenas diferenças que fortalecem a estrutura», salientando ainda que «devemos honrar todos os “nós” do passado que lutaram contra regimes opressivos e ditatoriais e que nos permitem estar aqui hoje, livremente, a discutir política».
Já João Freire afirmou que a JS Portalegre trava as suas «lutas com os que temos cá para poder garantir que no futuro mais gente diga: Eu quero ficar em Portalegre!” e defendeu que para isso «não podemos sucumbir ao conformismo, não podemos contentar-nos com promessas e temos de começar a exigir compromissos, não podemos aceitar que se faça uma Assembleia Municipal de três horas a discutir o futuro da Fundação Robinson para a grande conclusão ser o facto de a Presidente da Câmara Municipal de Portalegre não ter um plano» e que o mais grave «é que cada vez mais nos apercebemos que o que a senhora Presidente não tem é um projecto para a cidade e é para contrariar este fatalismo que estamos de olhos postos no agora».
Num discurso sobre o seu processo de desenvolvimento ideológico Cristina Narciso reflectiu sobre «uma esquerda que acredita no Mundo que só é saudável enquanto existir democracia, uma esquerda que acredita na meritocracia, quando partimos todos do mesmo sítio e que cria as devidas possibilidades para que assim possa ser, uma esquerda que acredita na liberdade de identidade, uma esquerda que defende o Progresso, mas que acima de tudo, defende as pessoas. Uma esquerda que luta pelos outros, pelas suas causas, que faz das deles suas. Esta esquerda que está ao lado dos jovens, mas que acima de tudo, começa no espírito activista dos jovens. A esquerda que não esquece Portalegre e os seus jovens»
Diogo Aragonez, presidente cessante e novo presidente de Mesa da Assembleia Concelhia, afirmou que «há dois anos o compromisso era manter a credibilidade e rejuvenescer a estrutura» e que termina «este mandato com a certeza de que esses objectivos estão cumpridos». Reforçou ainda que «a causa da nossa geração continua a ser Portalegre e é essencialmente por isso que todos nós militamos e trabalhamos na JS, e aquilo que a JS, o PS e Portalegre poderão continuar a esperar de nós é isso mesmo. É o espírito crítico, a vontade, a determinação e o amor ao nosso concelho que nunca nos permitirá desistir dele»
Por sua vez, o presidente de Concelhia do PS Portalegre, Raul Cordeiro defendeu a importância da JS no processo de rejuvenescimento do PS e deixou nota para o facto de o combate «se tornar mais difícil quando o adversário não tem ideias nem conteúdo político».
Falou ainda João Pedro Meira, presidente da Federação de Portalegre da JS, que se referiu ao recém-eleito dizendo que «conheço o Mário Ceia praticamente desde o início da minha militância na JS, sou testemunha da sua capacidade de propositura política e da afirmação do seu espírito de liderança e da forma como compreendeu, identificou e está a projectar aquilo que Portalegre e a JS precisam»
Numa analogia sobre a importância da «igualdade de oportunidades para os socialistas», João Pedro Meira, afirmou que «o socialismo é o modelo democrático que garante que quando se inicia uma corrida, todos estamos no mesmo ponto de partida, variando a chegada à meta em função do que cada um trabalhou para lá chegar».
Por seu turno, o presidente da Federação do PS, Luís Moreira Testa, apelou à reflexão dos jovens socialistas sobre a intolerância que tem assolado o Mundo, dando como exemplo a mais recente guerra entre Israel e a Palestina e o combate aos lobbies de certas ordens profissionais. Realçou ainda a relevância da discussão política nas escolas como forma de combate à desinformação.
A sessão ficou simbolicamente marcada por sucessivas homenagens a personalidades marcantes na história PS Portalegre e ainda por referências a jovens que cessaram naquele final de tarde a sua militância na JS.
