Há muito que se sabia que o Pe. João Maria Lourenço, Chanceler da Diocese e Pároco de S. Lourenço, de Ribeira de Nisa e Capelão do Hospital, tinha anuído aceitar as Paróquias de Castelo de Vide e de Póvoa e Meadas a pedido do Bispo Diocesano, para substituição do Cón. Tarcísio por motivos de idade e de saúde.

Entretanto o Cón. Emanuel, que muito bem se integrou em Portalegre como Pároco da Sé, onde o seu trabalho pastoral é muito apreciado, assumiu também ficar como Reitor do Seminário, e após o falecimento do Pe. Américo ficou igualmente com a Paróquia de Fortios. No entanto um problema de saúde tem-no limitado bastante ultimamente, mas felizmente encontra-se em recuperação. E um novo sacerdote diocesano, o Pe. Poncien, congolês, encontra-se a coadjuvá-lo nas Paróquias.

No domingo e de forma inesperada, no final da Missa a que presidiu, o Cón. Emanuel anunciou aos fiéis a decisão do Bispo D. Antonino da deslocação do Pe. João Maria para Castelo de Vide, e que o Pe. Rui Rodrigues virá de Alter e Crato substituir o Cón. Emanuel e o Pe. João Maria para Portalegre (Sé, São Lourenço e Fortios), sendo divulgadas essas movimentações pastorais na segunda-feira.

O Pe. Rui anunciou a sua saída de Alter na Missa Dominical, o que “caiu como uma bomba” nas comunidades que serve há 18 anos e em em que é muito querido. Recorde-se que o Pe. Rui, juntamente com o Mons. Paulo têm as Paróquias de Alter (Alter, Seda, Chança e Cunheira) e do Crato (Crato, Flor da Rosa, Aldeia da Mata, Monte da Pedra e Vale do Peso), de Cabeço de Vide e o Carmelo. O Pe. Rui assume na prática as Paróquias do concelho de Alter e a de Cabeço de Vide, para além de outras obrigações pastorais, incluindo o Arciprestado de Ponte de Sor

Entretanto o Cón. Emanuel irá para casa, em Abrantes, mantendo a reitoria do Seminário de Portalegre.

Descontentamento

Pelo que se percebeu na reacção dos fiéis em Portalegre na saída da Missa, a mudança não agradou, em concreto pela forma de saída do Cón Emanuel por motivo de doença, independentemente do facto de o Pe. Rui ser uma pessoa também muito querida dos portalegrenses.

O desagrado, expresso com vivacidade por parte de diversos membros da comunidade católica, terá certamente repercussões manifestando o descontentamento junto do Bispo, em particular sobre a forma como é afastado o Cón. Emanuel, quando se previa que este se mantivesse na Paróquia da Sé, ainda que com responsabilidades repartidas durante os próximos tempos, até recuperar totalmente do problema de saúde que o afecta.

«Mais uma vez o Bispo toma decisões sem ouvir ninguém», dizia um destacado membro da comunidade católica, enquanto outros lembravam a forma como há tempo foi maltratado e desconsiderado o Cón. José da Graça. «Isto não se é faz, é desconsiderar as pessoas», dizia outra pessoa com responsabilidades na Paróquia. E vários foram os paroquianos que contactaram o nosso jornal manifestando o descontentamento pela forma de tomada da decisão.       

Padres não se fazem em Flor da Rosa

Naturalmente que é humanamente impossível, no caso de Alter e Crato, ficar apenas o Mons. Paulo Dias com todas as Paróquias, que acumula com o cargo de Vigário-Geral da Diocese, sendo que o Pe. Poncien deverá prestar-lhe auxilio pontualmente nas Paróquias, esperando-se que possa haver outras soluções futuras apesar da dificuldade em encontrar sacerdotes, que de facto não se fazem em Flor da Rosa.

Em Portalegre e Fortios o Pe. Rui contará com a ajuda do Diácono José Manuel Bacharel e do Pe. Poncien, como actualmente acontece.

Por seu turno o Bispo Diocesano também está de saída, pois a resignação ocorre aos 75 anos de idade, todavia com o atraso e dificuldade na nomeação de Bispos, é de admitir que D. Antonino possa ficar na administração da Diocese durante mais alguns anos, até ser substituído.

Leigos são a única solução

Mais uma vez se constata que a Igreja – e a Igreja são todos os católicos – tem de encontrar soluções que passam necessariamente pelo comprometimento dos leigos, que podem efectuar celebrações da palavra, presidir a procissões, casamentos, baptizados e funerais, administrar a comunhão e a extrema-unção, de entre muitas outras tarefas e missões pastorais e administrativas que podem assegurar.    

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