Nisa: Menir do Patalou classificado como Monumento de Interesse Público

O Menir do Patalou, localizado na Tapada da Bajanca, na União das Freguesias de Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e São Simão, no concelho de Nisa, foi classificado como Monumento de Interesse Público (MIP) através da Portaria 493/2023, de 14 de Setembro, da Secretaria de Estado da Cultura.

Esta classificação decorre do projecto Meganisa, iniciado em 2015 pela Câmara Municipal, que em parceria com a Universidade de Évora permitiu que este monumento talhado em granito com cerca de quatro metros de altura e um metro de diâmetro, pesando aproximadamente sete toneladas fosse reerguido em 26 de Setembro 2015, passando desde então a ser possível a sua visita e fruição.

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O Menir do Patalou encontra-se implantado, de forma usual, numa suave encosta orientada a nascente, em posição destacada na paisagem envolvente da região que hoje medeia as localidades de Castelo de Vide e Nisa. Talhado em granito, de feição fálica e apresentando ténues vestígios de decoração gravada com motivos serpentiformes, deverá ter sido erigido no Neolítico antigo, mais concretamente em meados do 5.º milénio a. C.

A portaria refere que o monumento encontrava-se tombado aquando da sua identificação, tendo sido, posteriormente, reerguido seis metros a norte da localização original, devidamente assinalada com um padrão, de forma a permitir a preservação da sua fossa de implantação. Os trabalhos arqueológicos realizados no local permitiram, ainda, a recolha de alguns fragmentos cerâmicos e líticos, designadamente uma lamela e dois raspadores em sílex, bem como o bloco de corneana afeiçoado utilizado para a abertura do alvéolo de implantação original, e que o Menir do Patalou constitui «um dos maiores menires de tipologia explicitamente fálica da Península Ibérica».

Pode ainda ler-se no documento que a classificação do Menir do Patalou «reflecte os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, relativos ao carácter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico e religioso, ao seu interesse como testemunho notável de vivências ou factos históricos, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória colectiva, à sua importância do ponto de vista da investigação histórica ou científica e às circunstâncias susceptíveis de acarretarem diminuição ou perda de perenidade ou da integridade do bem».

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