PSD promove jornadas parlamentares no Alto Alentejo

Entre segunda e terça-feira, o Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia da República promoveu em Portalegre, com abrangência distrital, as suas jornadas parlamentares sob o mote “Portugal precisa de mais e melhor justiça” por forma a acertar agulhas para o debate parlamentar que vai decorrer no dia 25 de Junho, em que o partido vai apresentar três iniciativas legislativas. Além disso, a iniciativa foi aproveitada como ponto de partida para «engrossar uma dinâmica importante» nas eleições autárquicas deste ano no Alto Alentejo.

Isso mesmo frisou Adão Silva, presidente do Grupo Parlamentar do PSD, na sessão de abertura das jornadas, em que assumiu que o partido precisa «muito» que as eleições «corram bem» no distrito.

També Cristóvão Crespo, presidente da Distrital do PSD, apontou baterias às eleições deste ano, destacando o trabalho feito pelos autarcas dos quatros concelho sob liderança do PSD, em que «são evidentes os benefícios da nossa governação» e assumindo que «que queremos estender [estas governações] a outros concelhos nas próximas eleições».

Durante a tarde de segunda-feira, no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre, foram a debate vários temas relacionados com a justiça, sendo que o dia acabou com um jantar-conferência, no Hotel Vila Galé, em Alter, com a intervenção de Fermelinda Carvalho, actual presidente da Câmara de Arronches e candidata à presidência da Câmara de Portalegre.

Portalegre é «a única capital de distrito que não tem uma autoestrada»

No jantar-conferência a candidata do PSD à Câmara Municipal de Portalegre, Fermelinda Carvalho defendeu uma aposta na «saúde», sector que «apresenta carências» que afastam a fixação de pessoas.

Assumindo-se uma defensora do mundo rural e das populações do Alto Alentejo, Fermelinda Carvalho apelou ao investimento com efeito multiplicador no distrito, nomeadamente em novas vias rodoviárias.

«Ao longo de décadas, o nosso território tem sido discriminado pela negativa. Não me recordo de nenhum investimento com relevância, simplesmente não foi feito. Se não fosse o investimento privado em vários sectores de actividade, graças aos nossos empresários locais, muitos jovens não teriam cá ficado. Os municípios sistematicamente substituem o Estado central naquilo que lhe competia», apontou.

«Somos a única capital de distrito que não tem uma autoestrada que traga as pessoas até cá», acrescentou.

A candidata critica o desinvestimento do Governo na segurança de pessoas e bens. «São os municípios que pagam muito dos salários aos nossos bombeiros, adquirem ambulâncias de transporte e socorro, viaturas para combate e incêndios, equipamentos de protecção e executam as intervenções necessárias nos quartéis», disse.

Fermelinda Carvalho critica o Governo por preferir apoiar «estruturas e organismos para fidelizar clientelismos partidários».

«Porque acredito no interior do País, nas suas potencialidades, e porque quero continuar a dar o meu contributo neste território, aceitei o convite do meu partido para encabeçar uma lista ao município de Portalegre, concelho que me viu nascer e onde sempre vivi. O meu concelho precisa de um novo ânimo, um novo rumo, uma nova oportunidade», concluiu.

Deputados em Cabeço de Vide…

A manhã de terça-feira foi dedicada ao trabalho de campo com os deputados a visitar os 15 concelhos do distrito divididos em grupos. No concelho de Fronteira os parlamentares conheceram o projecto da futura Unidade de Cuidados Continuados de Cabeço de Vide, tendo sido foi recebidos pelo presidente da Câmara Municipal de Fronteira, Rogério Silva, pelo presidente da Junta de Freguesia de Cabeço de Vide, João Olaia Velez, e pelo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide, Domingos Madeira e diversos membros da mesa administrativa desta Instituição. O objectivo da visita foi conhecer o projecto de criação de uma Unidade de Cuidados Continuados nas instalações onde outrora funcionou o Lar da 3.ª Idade de Cabeço de Vide. Nas palavras do autarca Rogério Silva esta valência constituir-se-á mais um «polo de desenvolvimento e de criação de emprego no concelho e da região, numa área em que o país é manifestamente deficitário como é bem vincado no Plano de Recuperação e Resiliência».

O autarca referiu ainda que a construção desta unidade «é uma questão de justiça para utentes, funcionários e directores técnicos das Estruturas Residenciais para Idosos», uma vez que «há cada vez mais utentes daquelas Estruturas que deviam ser acompanhados em valências desta natureza» pelo que «o Município de Fronteira e a Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide estão empenhados na concretização deste projecto».

Já o director técnico da Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide, João Martins, detalhou aos deputados o projecto técnico e reforçou a importância deste investimento.

… e Vila Fernando

Recebido pela candidata do PSD à Câmara de Elvas, Paula Calado, bem como por um conjunto de militantes e simpatizantes, um grupo de deputado deslocou-se também a Vila Fernando, tendo como foco o Centro Educativo.

Coube à candidata social-democrata fazer de anfitriã e mostrar «a face oculta» do vasto património de Elvas.

Paula Calado contou a história do Centro Educativo, que foi encerrado em 2007, e que «chegou a ser o maior empregador do concelho de Elvas».

A candidata do PSD lembrou ainda que « os governantes de Lisboa que o encerraram prometeram transformá-lo em prisão de alta segurança», o que nunca chegou a ser «por falta de interesse, por falta de vontade e, provavelmente, fruto da terceira bancarrota socialista que trouxe a troika a Portugal».

«Quero que levem para Lisboa as imagens deste património delapidado, condenado e a saque. Desta ruína que, aos olhos dos Elvenses, é acima de tudo um potencial que pode ser concretizado. A tutela do que resta do Centro Educativo de Vila Fernando tem tido ligações a vários Ministérios. Há que destrinçar esses labirintos burocráticos e pedir contas a quem, entre muitas outras competências, tem por obrigação a guarda do que é de todos. Os mesmos a quem se exige sensibilidade e visão suficientes para impedir que a assinatura de um despacho de encerramento condene uma aldeia inteira, por falta de alternativa», disse Paula Calado aos deputados, apelando aos mesmos para que «façam por encontrar uma solução para o problema do Centro Educativo de Vila Fernando. Salvarão uma aldeia, mudarão vidas, reconstruirão um país».

Rui Rio encerra jornadas com críticas ao PS

Coube a Rui Rio, presidente do PSD, encerrar as Jornadas Parlamentares do partido, o que aconteceu no Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre.

No seu discurso Rui Rio fez o diagnóstico sobre os problemas do regime e, em particular, da justiça e criticou a ausência de um espírito reformista no Governo e no PS. «Portugal precisa de um Governo reformista, de uma Assembleia da República com perfil reformista. O nosso Primeiro-Ministro António Costa não quer reformar nada, mas ainda que ele quisesse reformar, o PS não o deixava reformar, porque o PS é ele próprio este sistema», afirmou.

Rui Rio destaca que o seu papel, na qualidade de líder da oposição, é contribuir para a realização de reformas que permitam desenvolver Portugal. «Não podia ter feito mais esforço, não posso fazer mais esforço desde o primeiro dia em que tomei posse para tentar trazer, em nome de Portugal, o Governo para as reformas. Nunca ninguém fez o que eu fiz», afirmou.

O líder do PSD considera que «o povo vai acabar por perceber que o país não anda, porque o PS é imobilista». «É o PS a primeira razão de nós não reformarmos. No fundo, o PS na sua cultura, independentemente do Governo PS que lá possa estar, normalmente só quer manter o poder para poder alimentar a clientela socialista», precisou.

No entender do presidente do PSD, «o Governo vai nomeando, o PS vai adiando e Portugal vai definhando, é este o circuito do que tem acontecido», e por mais que o PSD grite e critique «o PS continua inamovível».

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