Previsão de melhoria da economia no segundo trimestre de 2021

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, afirmou na passada quinta-feira que a economia da zona euro deverá retomar o crescimento no segundo trimestre do ano. Para acompanhar esse crescimento, existem algumas formas de melhorar as finanças pessoais.

Após a reunião do Banco Central Europeu (BCE) a 22 de abril, a presidente Christine Lagarde realizou uma conferência de imprensa virtual em que admitiu que existem riscos de baixa para o crescimento económico dos países do euro, mas estão mais equilibrados no médio prazo. Mesmo que tenham existido recuos durante o primeiro semestre, a economia da zona euro parece retomar o crescimento no segundo, de acordo com os últimos dados disponíveis.

O BCE deixou as taxas de juro inalteradas, com a principal taxa de refinanciamento em zero, e manteve o volume de compras de dívida de emergência devido à pandemia em 1,85 biliões de euros até finais de março de 2022.

Algo que apoia a previsão de melhoria são a aplicação das vacinas e a retirada gradual das medidas de distanciamento, pois esses fatores significarão uma maior adesão à movimentação da economia.

Como ocorreu a subida de juros da dívida soberana da zona euro desde dezembro, o BCE aumentou o ritmo mensal de compra de ativos no final de março. No comunicado, a Lagarde reiterou que vai continuar as aquisições “no trimestre em curso a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros três meses deste ano.

Foi ainda aconselhado a que os países da União Europeia ratificassem o plano de recuperação europeu o mais rápido possível, já que os 750 mil milhões de euros irão contribuir para “uma recuperação mais rápida, forte e uniforme e aumentariam a resistência económica e o potencial de crescimento”, disse.

Porém, a presidente do BCE ainda realçou que “persistem os riscos para as condições financeiras” e que o aumento de casos de covid-19 e as medidas de confinamento aplicadas retraem a atividade económica.  Assim, esta acaba por ser uma altura em que se deve dar máxima atenção às finanças pessoais para que se evitem ao máximo riscos de endividamento.

Como Melhorar as Finanças Pessoais em 2021?

Na mesma linha de pensamento de Christina Lagarde, o presidente do Millennium BCP já admitiu que a entidade prevê um crescimento na economia portuguesa. “Fiquei extremamente assustado com a pandemia em março e abril. Quando se percebeu que não iria matar toda a gente, fiquei extremamente otimista e continuo. Penso que a economia portuguesa vai crescer de forma muito forte em 2021“, disse José Maria Brandão de Brito, economista-chefe e head of research, sustentabilidade e cripto do BCP. O responsável ainda sublinhou que a projeção do banco para a expansão do PIB este ano “é superior a 5%”.

Já o indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal registou um forte crescimento em termos homólogos, tendo verificado um incremento na semana de 18 de abril acima dos 20% face ao mesmo período do ano passado.

Porém, há que ter em atenção que ainda existem números altos de casos de endividamento, o que revela que a economia portuguesa ainda está mais endividada. Segundo o Banco de Portugal, a dívida total do Estado, empresas e famílias atingiu em fevereiro um novo recorde e é agora de 751.400 milhões de euros.

Para contornar essa situação e para que as previsões de melhoria da economia se realizem, é preciso fazer um acompanhamento a nível pessoal. Para isso, existem 3 dicas para que as finanças estejam organizadas.

1 – Analisar se existem dívidas

Este conselho parece lógico, mas podem existir dívidas que nem se sabe ao certo se existem ou não. Há que perceber que existem tipos diferentes de dívidas, como as de incumprimento no pagamento de prestações de crédito ou as falhas em pagamentos ao Estado. Para verificar se ficou alguma mensalidade de crédito por pagar, é possível aceder aos dados do Banco de Portugal para o cada caso através do Mapa de Responsabilidade de Crédito. Esse documento está disponível para todas as pessoas e nomeia todos os créditos ativos, o quanto falta reembolsar e os pagamentos em atraso (caso existam). Para ver se tem dívidas ao Estado, basta aceder à conta individual do Portal das Finanças. Na página principal, está identificado se a situação financeira está regularizada ou não.

2 – Organizar o orçamento mensal

Para que as finanças pessoais estejam equilibradas, é preciso fazer um balanço entre os rendimentos e as despesas mensais. Isto porque o importante é evitar ao máximo que se entre em situação de incumprimento e que se gaste mais do que o devido. Por isso, para que 2021 seja um ano em que a situação financeira se mantém saudável, há que fazer o registo de todas as despesas durante o ano. Primeiro, uma ajuda será apontar todas as datas em que existem pagamentos ao Estado (como o IMI e o IRS) e despesas pontuais (como seguros do carro e da casa). Depois, poderá ser um auxílio fazer uma média de gastos das despesas fixas (como a conta da luz, água, gás, telecomunicações, entre outros). Assim, saberá quanto tem de colocar de parte mês após mês.

3 – Juntar créditos para reduzir mensalidade

Os créditos feitos até hoje podem ter um grande impacto no orçamento atual. É que os contratos foram assinados com condições diferentes às aplicadas hoje em dia, para além de cada empréstimo ter as suas próprias características. Isso resulta num acumular de prestações que acabam por resultar em gastos maiores do que o ideal, retirando uma quantia que poderia ser utilizada em outras necessidades. Para contornar isso, os bancos podem juntar créditos, reduzindo a mensalidade até 60%. Esta estratégia de poupança financeira tem o nome de consolidação de créditos e permite que exista um aumento da folga mensal. Assim, poderá ser feita uma prevenção contra distúrbios nas finanças pessoais, como também ser criada uma poupança para outros objetivos.

Ao aplicar estas dicas, será possível manter uma situação financeira equilibrada e estar preparado caso algum imprevisto aconteça. Na verdade, esse é o segredo para que nada falhe na hora de manter um histórico financeiro organizado.

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