Presidente da Direcção dos Bombeiros de Sousel apresenta a demissão

É o fim do braço de ferro entre a Direcção e o Corpo de Bombeiros de Sousel que se prolongou por várias semanas. O presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Sousel, Mariano Maluco, apresentou ao final da tarde de ontem a sua demissão.

«Às 18 horas e 30 minutos do dia 7 de Março de 2023, recebeu o Sr. Comandante José Marino Fernandes um e-mail oficial do Sr. Presidente da Mesa da Assembleia, José Vitorino Albano, dando conta da apresentação da demissão do Sr. Presidente da Direcção, Mariano Maluco, por forma a possibilitar o regresso da normalidade à nossa Associação», lê-se num comunicado assinado pelo Comando e Corpo Activo dos Bombeiros.

Assim sendo, pelas «18 horas e 31 minutos a Corporação dos Bombeiros Voluntários de Sousel passou a estar novamente operacional», lê-se ainda na comunicação, em que os Bombeiros aproveitam para agradecer à população «pelo apoio» e também ao presidente da Direcção demissionário «por todos os anos que ofereceu, de forma voluntária, o seu contributo a tão nobre causa».

Por último, os Soldados da Paz de Sousel «pedem, a partir deste momento, a paz e a serenidade necessária para que tanto a Direcção como o Corpo activo possam desenvolver o seu trabalho da melhor forma possível»

O diferendo nos Bombeiros de Sousel surgiu com a não renovação do contrato de dois operacionais contratados, o que extremou as relações entre a Direcção e Corpo, com o município a tentar arbitrar o conflito.

A não renovação dos contratos prende-se, segundo a Direcção, com a falta de capacidade financeira para manter esses contratos, pois houve uma quebra de receitas na ordem dos 12 mil euros.

Certo é que os voluntários passaram à reserva, mantendo-se ao serviço operacional apenas os operacionais assalariados, o que pôs em causa o socorro e a capacidade operacional. Para que se tenha noção, o INEM não funcionava a partir das 20h e se houvesse um sinistro não existia capacidade efectiva de resposta para além dos profissionais que estejam de serviço.

Entretanto, a Direcção decidiu demitir o Comandante José Marino, o que só veio avolumar os problemas, pois tal fez com que o Corpo ainda ficasse mais unido contra a Direcção, a qual foi por sua vez desautorizada pelas entidades competentes, uma vez que não pode demitir o Comandante sem ser em resultado de um processo, pelo que José Marino se manteve em funções, independentemente de ser também funcionário da instituição.

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