Lisboa e o Alentejo

Artigo de Opinião de Santana-Maia Leonardo

A Região de Lisboa é uma das regiões mais ricas da UE, com instituições democráticas, estado de direito e comunicação social livre.

Por sua vez, o resto do território é extremamente pobre, estando a democracia, o estado de direito e a comunicação social num nível rudimentar, permitindo-se todos os abusos e atropelos à lei, perante o silêncio cúmplice da comunicação social de Lisboa.

Além disso, as autarquias locais funcionam, no interior do país, como verdadeiros colonatos de Lisboa, sendo o seu único objectivo garantir o controlo político destes territórios.

Actualmente, só a região de Lisboa elege mais deputados do que Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Bragança e Vila Real juntos. Além disso, o interior está dividido em pequenos círculos eleitorais com o objectivo de impedir o surgimento de movimentos regionalistas com expressão e peso que lutem pelo Alentejo e pelo interior contra o poder despótico e centralista de Lisboa.  

Portalegre, por exemplo, elege apenas dois deputados, o que significa que os cidadãos do distrito de Portalegre não têm direito a voto, uma vez que os colunatos de Lisboa garantem, automaticamente, a eleição dos seus candidatos.

PS e PSD são hoje duas faces da mesma moeda e com a mesma política de esvaziamento e empobrecimento do interior em prol da região de Lisboa. Até porque, à região rica de Lisboa, convém a pobreza do Alentejo e do interior para Lisboa poder reclamar na UE as sucessivas bazucas com que vai, depois, cavando cada vez mais o fosso entre a região de Lisboa, uma das mais ricas da UE, e as regiões pobres do Alentejo e do interior do país.  

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