Greve da função pública encerra escolas e serviços no distrito de Portalegre

binary comment

De acordo com a informação divulgada pela União de Sindicatos do Norte Alentejano (USNA) a greve dos trabalhadores da função pública que se realizou esta quinta-feira por todo o País, teve também a sua acção no distrito de Portalegre, nomeadamente com «escolas totalmente encerradas ou a “meio-gás”, recolha de lixo por fazer, sapadores florestais paralisados, segurança social parcialmente parada».

Para a estrutura sindical a adesão dos trabalhadores do dstrito é representativa do «descontentamento geral» e «é a resposta a um governo que persiste em não atender as legitimas reivindicações dos trabalhadores da Função Pública e em particular da necessidade de retomar a negociação colectiva de salários e de condições de trabalho. Muitos mais trabalhadores teriam aderido à greve não fosse o facto de terem, neste dia, de assegurarem o funcionamento dos centros de vacinação e testagem. De notar que, em relação aos que se encontram em teletrabalho, não é possível a esta altura aferir a percentagem de adesão», realça.

A USNA defende não ser mais possível «governo central e autarquias locais, fingirem que não sabem da degradação de salários e de condições de trabalho», ou «fingirem que não veem que a tabela remuneratória cujos três primeiros níveis já foram “engolidos” pelo Salário Mínimo Nacional», nem «ignorar as 15 mil assinaturas que foram entregues ao Governo exigindo a Revisão do SIADAP e continuar “preso” ao mesmo (mau) sistema de avaliação», ou ainda «fingirem que não sabem que o suplemento de penosidade e insalubridade (congelado durante 13 anos) e agora consagrado na LOE2021 está longe de ser corretamente aplicado, ou seja, com retroactivos a Janeiro e no seu nível máximo ao maior número de trabalhadores».

Afirmando ainda que autarquias como Crato, Sousel, Alter, Elvas, Campo Maior, Nisa e outras, «além de terem excluído os representantes dos trabalhadores da negociação desta matéria não irão aplicar o SPI com retroactivos a Janeiro como a LOE permite e a mais elementar justiça recomenda», para a USNA a «enorme adesão» à greve de hoje mostra que «os trabalhadores do nosso distrito estão a dar a resposta necessária».

Os números disponíveis dão conta de escolas encerradas no AE de Arronches, ES Campo Maior, AE Crato, AE Castelo de Vide, JI Fronteira, AE Gavião, 1º Ciclo dos Assentos, 1º Ciclo da Corredoura, assim como, em Portalegre, a ES S. Lourenço fechou a partir do meio-dia por não ter refeitório devido à greve. No AE de Nisa os alunos mais novos terão sido enviados para casa porque não tem refeitório.

Os dados referentes à administração local registam, segundo a USNA, uma adesão de 80% nas oficinas do Crato, em Avis a recolha de lixo e equipa de sapadores florestais com 100%, assim como dezenas de serviços autárquicos de atendimento ao público paralisados.
No que ser refere à administração central, no Crato, verificou-se uma adesão de 50% nos Serviços de Segurança Social.

«A luta por mais e melhores servições públicos e o direito à negociação colectiva que hoje se desenvolve é uma luta de todos. Também no sector privado é o incumprimento do direito à negociação colectiva que faz com que não haja valorização salarial digna há vários anos», denuncia a estrutura sindical, referindo que foi «pensando em todos que trabalhadores em greve do STAL e do SPZS se deslocaram a Lisboa para protestarem frente ao Conselho de Ministros que reuniu no Palácio da Ajuda.

Publicidade