Equitação Portuguesa classificada como Património Cultural Imaterial

Créditos: ©PSML / ABRFotografia

A Equitação Portuguesa já é considerada como Património Cultural Imaterial, conforme inscrição publicada ontem, dia 28 de Abril, em Diário da República pela Direção Geral do Património Cultural.

A candidatura resultou de um protocolo conjunto assinado pela Parques de Sintra, enquanto entidade gestora da Escola Portuguesa de Arte Equestre, pela Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (APSL), e pela Câmara Municipal da Golegã, enquanto promotora da Feira Nacional do Cavalo, e teve como proponente a APSL.

Segundo a Matriz PCI, que é responsável pelo Inventário Nacional do Património Cultural, a Equitação Portuguesa apresenta-se como uma manifestação fortemente identitária para o universo de todos aqueles que a praticam e que se expande a um número inquantificável de cavaleiros, dos profissionais aos mais amadores, dos que o fazem mais ou menos regularmente, até aqueles que o fazem apenas em contextos informais por uma questão de lazer.

Realça ainda que a questão identitária se reflete no modo como, em determinados contextos, os cavaleiros cuidam e capricham no modo como se apresentam e apresentam a sua montada, trajando “à portuguesa” e aparelhando o seu cavalo “à portuguesa”, referindo que o seu lado mais visível está presente quando os cavaleiros portugueses se apresentam publicamente ou particularmente, seja para fins desportivos, de representação ou apenas de lazer.

De destacar neste contexto o importante papel que a Escola Portuguesa de Arte Equestre representa enquanto repositório histórico-cultural da secular Arte Equestre Portuguesa.

Recorde-se que a Escola Portuguesa de Arte Equestre, gerida pela Parques de Sintra desde setembro de 2012, foi criada em 1979 pelo Governo Português com o objetivo de promover o ensino, a prática e a divulgação da Arte Equestre tradicional portuguesa. Recupera a tradição da Real Picaria, academia equestre da Corte portuguesa do século XVIII, que usava o Picadeiro Real de Belém, hoje parte das instalações do Museu Nacional dos Coches, e monta exclusivamente cavalos lusitanos Alter Real.

As suas apresentações, nomeadamente as Galas, recriam o ambiente que se vivia na Corte naquela época e são realizadas, habitualmente, ao som de música dos períodos barroco, pré-clássico e clássico. Nestes espetáculos os cavalos surgem com arreios de época e os cavaleiros envergam trajes que recriam os que eram utilizados na altura pelos Picadores reais.

A próxima Gala da Escola Portuguesa de Arte Equestre terá lugar esta sexta-feira, dia 30, às 19h, no Picadeiro Henrique Calado (Calçada da Ajuda – Belém – Lisboa). Durante a semana, de terça a sábado, a Escola Portuguesa de Arte Equestre abre as suas portas para, nas “Manhãs da Arte Equestre” dar a conhecer o trabalho diário de ensino, preparação e ensaio que é desenvolvido por cavaleiros e cavalos.

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