COVID-19: Situação pandémica continua preocupante apesar da tendência de descida

Ministra da Saúde, Marta Temido, faz declaração no final da reunião sobre a situação da pandemia de Covid-19, Lisboa, 22 fevereiro 2021 (foto: José Sena Goulão/Lusa)

A ministra da Saúde, Marta Temido, referiu esta segunda-feira, dia 22, a tendência de descida de infecções por Covid-19, mas sublinhou «duas notas de preocupação: as novas variantes, nomeadamente o surgimento de dois grupos associados à variante brasileira, e a utilização de cuidados intensivos, onde o número de internamento é ainda de 627».

Marta Temido, que falava no final da reunião em que os órgãos do Estado ouviram os especialistas sobre a evolução da pandemia, acrescentou que «de acordo com os pareceres dos intensivistas, este era o número de camas que devíamos ter afecto a doentes não Covid, donde a necessidade de fazer ainda um esforço muito significativo para inverter a situação», para que o Serviço Nacional de Saúde possa «atender a todas as outras necessidades assistenciais da população».

A Ministra referiu que a primeira conclusão da reunião foi «a reafirmação da descida da incidência, isto é, do número de novos casos por 100 mil habitantes ao longo dos últimos 14 dias» que, «neste momento, está já abaixo dos 300 casos», «mostrando uma tendência de redução que se acentuou».

A segunda conclusão foi que «o índice de transmissibilidade, o risco de transmissão, o RT é, neste momento, o mais baixo da Europa. Mas, apesar da redução ainda está a um nível elevado e este é um aspecto a sublinhar», disse.

Nada está adquirido

«Na última semana verificou-se que o índice de mobilidade (isto é, a circulação fora de casa) aumentou ligeiramente, e este é um aspecto que nos deve suscitar a maior atenção, na medida em que sabemos hoje, de forma muito precisa, que os valores que temos resultam» do confinamento «e que, se esse esforço se inverter, voltaremos a atingir números de incidência e de risco efectivo de transmissão que não são compatíveis com o que precisamos de garantir», afirmou.

A governante referiu também que, «de acordo com as projecções, se as medidas actuais se mantivessem, poderíamos atingir uma ocupação de um pouco mais de 300 camas de doentes Covid em cuidados intensivos em meados de Março, e poderíamos atingir uma ocupação de menos de 300 camas no final de Março».

Marta Temido sublinhou «que nada do que estamos a projectar está adquirido e tudo depende de cada um de nós», «da manutenção das actuais medidas, da adesão da população às actuais medidas, com a nota de preocupação de algum relaxamento» sem que tenham sido levantadas as medidas de confinamento.

O «controlo da transmissão de novas variantes tem mobilizado a atenção dos nossos institutos de saúde pública», com institutos europeus e por todo o mundo.

Quanto a «eventuais critérios para ponderar sair» do actual cenário, os especialistas apresentaram uma perspectiva «bastante uniforme» sobre a necessidade de tomar em conta diversos critérios: de incidência e de internamentos, qualitativos e quantitativos

Finalmente, a «manutenção do acompanhamento do plano de vacinação, é um elemento fundamental no caminho para a imunidade que visamos alcançar», disse.

Publicidade