A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta quarta-feira, dia 21, que, até ao final de Maio, todas as pessoas com mais de 60 anos terão recebido, pelo menos, uma dose da vacina contra a Covid-19.
Marta Temido falava na conferência de imprensa para actualização de informação sobre o processo de vacinação em Portugal.
A ministra referiu também que já foram inoculadas, até ao momento, 2,9 milhões de doses em Portugal, das quais 31 200 da empresa Janssen and Janssen, considerada «segura» e que continuará a ser administrada a pessoas com mais de 60 anos.
Também cerca de 690 mil pessoas já tomaram a segunda dose da vacina.
Relativamente ao grupo com mais de 80 anos, a ministra afirmou que 91% já tomaram a primeira dose e, 58% a segunda dose, tendo como consequência visível a baixa letalidade da doença nestas idades.
«Fluidez» e «celeridade» são os desafios da nova fase de vacinação
Marta Temido relembrou ainda que o País vai entrar numa nova fase de vacinação contra a Covid-19, com maior disponibilidade de vacinas, pelo que «fluidez e a celeridade» do processo serão os próximos desafios.
A ministra referiu que o futuro processo de auto-agendamento da toma da vacina será «determinante para o seu sucesso», assim como a capacidade de resposta dos centros de vacinação.
Marta Temido destacou também o ensaio à vacinação massiva que decorreu este fim-de-semana, em que mais de 184 mil vacinas foram administradas, o que demonstrou que «as estruturas e os modelos planeados parecem estar à altura dos desafios que enfrentamos e este resultado, demonstra um enorme esforço de adaptação que as estruturas do Ministério da Saúde».
A governante destacou ainda a cooperação com as áreas governativas da Defesa Nacional, da Administração Interna, da Educação e da Modernização do Estado e da Administração Pública e o trabalho das autarquias.
Critérios de vacinação serão alterados
A Directora-geral da Saúde por sua vez disse, a propósito dos critérios de vacinação, que a idade continua no topo, mas as doenças – com ou sem prioridade – mudam. A diabetes, por exemplo, sai da lista, enquanto entram doenças oncológicas activas, pessoas em situação de transplantação, imunossupressão e algumas doenças neurológicas e mentais.
«A vacinação terá dois ramos. Um por faixa etária, intensivo e fácil de vacinar, e outro que não deixa para trás pessoas com doenças graves, independentemente da idade», explicou Graça Freitas.
No âmbito das doenças graves, será dada prioridade a doentes oncológicos activos (que estejam a fazer quimioterapia ou radioterapia), pessoas em situação de transplantação, pessoas com imunodepressão (por exemplo, com HIV mas não só), doenças neurológicas e epilepsia refratária, bem como doenças mentais como esquizofrenia.
Em sentido contrário, pessoas com obesidade (acima de 35% do índice de marca corporal) ou diabetes tipo II serão vacinados de acordo com a faixa etária.