Câmara de Portalegre investe mais de cinco milhões de euros em iluminação inteligente

A Câmara Municipal de Portalegre está a implementar em todo o concelho um novo e inovador sistema de iluminação pública com lâmpadas LED, num investimento que cerca de cinco milhões e 700 mil euros.

A apresentação deste projecto, com o título “Transformar Portalegre numa Cidade Inteligente”, decorreu esta terça-feira e foi levada a cabo pelos parceiros tecnológicos AMNERE Portalegre e pela SoftInsa/IBM.

O foco deste projecto encontra-se na promoção da eficiência energética global do território, que implica a substituição de cerca de 5 846 luminárias em todo o concelho, tendo já avançado a implantação de cerca de 50 % deste total.

Este é um projecto pioneiro, que se encontra a ser implementado pelo consórcio AMNERE Portalegre e cujo sistema tecnológico tem vindo a ser desenvolvido pela Softinsa/IBM, no âmbito da afirmação de Portalegre como “smart city” e permite a comunicação entre todo o sistema de luminárias, servindo índices de gestão e monitorização de diversos sistemas com cobertura em toda a área geográfica do concelho de Portalegre.

A conversão do sistema de iluminação convencional vai permitir a implementação de um sistema de telegestão individualizada e uma poupança energética na ordem dos 78%.
Numa primeira fase, o principal objectivo passa pela implementação de um sistema de gestão centralizado que permita a redução dos consumos de energia elétrica associados à rede de iluminação pública do concelho. «Este é um passo que concretiza a tomada de decisões e a adopção de opções mais sustentáveis para o planeta, tendo como premissa a preocupação do município relativamente à descarbonização, à redução de emissões de gases com efeito de estufa e às alterações climáticas», sublinhou a presidente de Câmara, Adelaide Teixeira, no decorrer da apresentação.

A estratégia da Câmara Municipal de Portalegre enquanto Cidade Inteligente estende-se a um conjunto de novas áreas, nomeadamente instalação de sistemas de telecontagem na rede de distribuição de água, controlo e automação de sistemas de rega, entre outras, procurando «enfrentar de forma assertiva os múltiplos desafios relacionados com a crescente exigência de melhoria dos serviços prestados aos cidadãos, com a consequente necessidade de otimização de recursos, planeamento e avaliação prévia de potenciais ameaças».

Adelaide Teixeira fez questão de sublinhar que, com este investimento, a autarquia quis ir muito além da substituição da iluminação por lâmpadas LED, dotando já o concelho de uma tecnologia e de um sistema que «nos vai permitir fazer uma gestão mais eficiente e eficaz dos recursos dos Município», com «a possibilidade de conseguirmos recolher dados que são essenciais para que essa gestão possa ser feita», constata.

A autarca destacou ainda a parceria entre a AMNERE e a SoftInsa que permitiu criar este projecto piloto em Portalegre, com a mais-valia de que «está a ser coordenado por uma portalegrense, Carla Oliveira, que regressou às suas origens para trabalhar neste projecto, bem como vários outros portalegrenses e formados no Politécnico de Portalegre estão também envolvidos no desenvolvimento deste sistema e de todo o potencial que daqui pode resultar e que esperemos que muitas e inovadoras ideias e softwares possam surjam a partir de Portalegre».

Henrique Mouriscas, da SoftInsa, que é responsável pela componente tecnológica deste projecto, começou por sublinhar, precisamente, que o que está a ser feito neste âmbito envolve, maioritariamente, portalegrenses que estão a trabalhar para Portalegre, o que diz ser um motivo de orgulho para esta equipa que ambiciona «dar passos importantes neste contexto das smart city’s, e que todo o conhecimento que se venha a adquirir seja um exemplo para outras cidades e possa ser replicado».

Manuel Contreiras, da AMNERE, apresentou alguns dados sobre a execução do projecto, demostrando de que forma esta iluminação inteligente, dotada de controladores, permite ter uma eficácia e uma eficiência energética, bem como o potencial de serviços que podem surgir a partir desta tecnologia.

Explicando que o sistema de telegestão permite um controle remoto da iluminação, tornando-o mais eficiente e com capacidade de controlo da luminosidade, por exemplo, Manuel Contreiras referiu que o Município terá uma redução do consumo de energia eléctrica superior a 78%, ou seja, em cada 100 euros de facturas haverá uma redução para 22 euros, e que em 16 anos, prazo desta concessão, haverá uma poupança de cerca de 600 mil euros e uma redução das emissões de CO2 de cerca de 15.800 toneladas, que equivale a uma redução de 7200 carros a circular, sendo que estes dados «são representativos do potencial que este sistema tem».

No que diz respeito ao projecto piloto, no decorrer da apresentação foi explicado que irá incluir vários serviços, geridos a partir do Centro de Operações Integrado, com o objectivo de realizar no Município a contagem e detecção de pessoas e veículos, bem como a detecção de objectos fora da paisagem, incêndios e ainda fazer a contabilização de carros estacionados.

Em termos cronologia e execução deste investimento que estava previsto para seis meses, o mesmo deverá estar pronto antes, tendo sido já feita a instalação de 13 antenas (Rede LoRa), com uma cobertura de mais de 96% do território e no início de Agosto deverá estar concluída a instalação das luminárias.

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