Bombeiros de Marvão celebram 19 anos com homenagem a Serra Bugalho

A Associação Humanitária dos Bombeiros de Marvão celebrou o seu 19º aniversário da refundação no dia 14 e o ponto alto e inicial das cerimónias decorreu logo no início, com o descerramento da lápide que atribui o nome do fundador, Serra Bugalho, ao salão de nobre do Quartel.

Presentes diversas entidades, como o presidente da Assembleia Municipal, Jorge Marques, o presidente da Câmara, Luís Vitorino e ex-presidente da Associação Humanitária, o CODIS rui Conchinha, o ex-presidente da Federação de Bombeiros dos Distrito de Portalegre, os presidentes das Juntas de Freguesia do concelho de Marvão, Francisco Louro (actual presidente da Assembleia-Geral) e o actual presidente da Direcção, Manuel Marçal, o administrador da ULSNA Raul Cordeiro, o presidente da Associação de Bombeiros de Portalegre e o Comandante, João Mota Lourenço e Pedro Bezerra, o Pároco de Marvão, Pe. Marcelino Marques, o Comandante dos Bombeiros de Marvão, José Paulo, e os membros dos órgãos sociais da associação, de entre outras entidades.

Obra paga

A presidente da Direcção, Cristina Novo, deu a conhecer que «com enorme esforço financeiro conseguimos pagar 60 mil euros», que era o montante em falta da obra do novo Quartel, agradecendo os apoios e nomeadamente a «ajuda» da Câmara Municipal.

Como todos, Francisco Louro, actual presidente da Assembleia Geral da Federação, falou sobre Serra Bugalho e a sua «forma altruísta, sempre dedicado às causas do voluntariado e às causas sociais», felicitando os Bombeiros de Marvão poe esta «justa homenagem», lembrando ainda que «deixou mais de 500 mil euros no Fundo Social de Socorro dos Bombeiros».

Manuel Marçal, presidente da Federação, assume que o ministro da Administração Interna tem uma «pedra no sapato com os Bombeiros», e agira são criadas novas entidades para os fogos, mas efectivamente quem os combate são sempre os Bombeiros.

MAI tem «pedra no sapato» com os Bombeiros

Também aqui se ouviram críticas ao ministro da Administração Interna.

O PRR traz dinheiro para as novas entidades, como a AGIF, mas não apresenta verbas para apoio à acção dos Bombeiros que são sempre «esquecidos» poe este Governo.

Manuel Marçal apelou ao «espírito de colaboração de todas as associaçãos para concretizar os objectivos da Federação», deixando o reparo de «queixamo-nos» mas quando a Associação Nacional pediu opiniões sobre a Escola Nacional de Bombeiros «fizemos um inquérito às associações e só recebemos resposta de metade».

O presidente da Federação assumiu ainda o compromisso de ser feita uma homenagem a Serra Bugalho.

Por seu turno o Comandante Operacional Distrital felicitou a associação pelo aniversário e pela «forma digna» como homenageou Serra Bugalho.

Jorge Marques, presidente da Assembleia Municipal, associou-se à homenagem ao refundador da Associação, que «foi apenas mais um trabalho dos muitos que teve e que honram os marvanenses».

O autarca, também Bombeiro em Portalegre, lembrou que estar nos corpos sociais de uma Associação de bombeiros é como gerir uma empresa que não gera lucro nem tem dinheiro», o que «só se consegue com milagres e só se faz com homens e mulheres» de fibra, mas há que lutar e honrar a história e o percurso, sendo que este ano se adivinha «particularmente difícil» com um «verão desafiante».

Braço armado da Protecção Civil

Por último o presidente da Câmara, Luís Vitorino, também ex-presidente da Direcção dos Bombeiros, lembra que «atingimos um patamar de maioridade», congratulando-se com a «homenagem muito justa» a Serra Bugalho, sendo que este Quartel «era um sonho dele» e também «tive a honra de fazer parte deste trabalho».

«Esta casa é um colectivo que deve orgulhar todos os marvanenses» que dela «podem precisar a qualquer hora» e que «a Câmara vê como braço armado da protecção civil», pois é partir daqui que sai o socorro a qualquer hora porque «é aqui que o telefone toca».  

Luís Vitorino sublinha que são necessários mais voluntários e «todos temos de ajudar». «temos uma EIP, INEM, uma casa nova, formação acima da média», e contamos com o trabalho da Direcção que está e há-de continuar a fazer o trabalho das anteriores e ainda melhor», pelo que podem contar com uma Câmara «sempre disponível para ajudar a todos e a pensar sempre nos Bombeiros».

Salão Serra Bugalho

José Manuel Serra Bugalho, recente e prematuramente falecido, é uma figura incontornável da solidariedade social e dos Bombeiros.

Foi pela sua acção que foi refundada a Associação de Bombeiros de Marvão, e justamente foi-lhe prestada a devida homenagem com a atribuição do seu nome ao salão nobre do Quartel.

A esposa, Susana Bugalho, foi convidada a descerrar a placa com a presidente da Direcção, Cristina Novo, depois de breves palavras de apresentação do vice-presidente da Direcção, Jorge Rosado, que lembrou que a 6 de Dezembro de 2020 «perdemos um dos principais responsáveis» pela existência dos Bombeiros de Marvão.

Joaquim Bruno, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação, fez breve memória do percurso ímpar de José Manuel Serra Bugalho, um homem com o coração do tamanho do mundo. Lembrou o seu percurso como Chefe dos escuteiros, provedor da Santa Casa da misericórdia de Portalegre e, quando faleceu, como presidente da Mesa da Assembleia Geral dos Bombeiros de Castelo de Vide. Recordou ainda Joaquim Bruno que Serra Bugalho  foi presidente dos Bombeiros de Nisa, para além da sua «acção decisiva» e «máximo responsável» como «fundador e presidente da Associação de Bombeiros de Marvão».

Muitos mais papéis relevantes desempenhou José Manuel Serra Bugalho no Bombeiros (e não só), como todos os intervenientes recordaram ao longo da sessão solene que se seguiu. Foi também presidente dos Bombeiros de Arronches, fundador e primeiro presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Portalegre, fundador e primeiro presidente do serviço Nacional de Bombeiros e do Fundo de Socorro Social dos Bombeiros, sendo ainda Crachá de Ouro da liga dos Bombeiros Portugueses.

Serra Bugalho trabalhou ainda para a Cruz Vermelha de Ponte de Sor, deixando um exemplo único de serviço ao próximo e aos Bombeiros, sendo uma pessoa de carácter determinado que deixou grande saudade no Alto Alentejo, nas palavras de Joaquim Bruno.

No final foi lida uma mensagem profunda sobre a morte.

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