Biblioteca Municipal de Ródão evoca vida e obra de Natália Correia

A Biblioteca Municipal José Batista Martins (BMJBM), em Vila Velha de Ródão, evocou no dia 22 de Novembro a vida e obra de Natália Correia, numa sessão que teve como propósito a apresentação do livro “Natália Correia – Confissão poética em torno de Mulher Atlante”, que resultou da exposição de artes plásticas de homenagem à poeta que esteve patente na Casa de Portugal – André de Gouveia, da Cité Internationale Universitaire de Paris, entre 8 de Setembro e 28 de Outubro deste ano.

Tratou-se de uma iniciativa promovida no âmbito do Clube de Leitura de Autores Clássicos da BMJBM, que contou com a presença da coordenadora geral da obra, Paula Lisboa, do curador da exposição e autor dos textos do livro, Rui Pereira, e de Antonieta Garcia, que apresentou a obra.

O livro, que resultou da exposição de artes plásticas patente em Paris, reúne textos sobre a homenageada, assim como imagens dos contributos dos onze artistas e criadores que se juntaram para celebrar o centenário do nascimento de Natália Correia, que se assinala este ano, através da produção de novas obras impulsionadas pela figura e poesia da autora e que vão da pintura à cerâmica, passando pelo desenho, escultura e joalharia.

«Tentámos criar um objeto de prestígio que perdurasse como uma marca sensível que reunisse imagens, textos e interpretações e juntasse amigos que fizeram o mesmo caminho que a Natália», explicou o curador Rui Pereira durante a apresentação da obra, lembrando o papel de agregadora de uma parte substancial da intelectualidade portuguesa da década de 80 e de combatente do medo e conservadorismo instalados na sociedade do seu tempo. «Temos poucos exemplos no nosso país, ainda hoje, de forças de expressão de cultura tão vivas e corajosas e com a capacidade de mobilizar e fazer sentir que estamos perante algo fora do instituído, como aconteceu com Natália Correia», concluiu.

No mesmo sentido, Antonieta Garcia lembrou as várias áreas de intervenção nas quais Natália Correia – que, entre outras coisas, foi poetisa, dramaturga, jornalista e editora –, se distinguiu. Da defensora da liberdade cultural e dos direitos das mulheres, à deputada da Assembleia da República cujas intervenções ficaram célebres, sem esquecer a responsabilidade e coragem editorial pela publicação das “Novas Cartas Portuguesas” ou o papel de fundadora do bar Botequim, que serviu de ponto de encontro para parte da intelectualidade portuguesa do seu tempo.

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