Academia Salgueiro Maia reúne mais de 150 jovens socialistas 

Mais de 150 jovens socialistas oriundos de todo o País reuniram-se nos dias 13 e 14 de Maio na vila de Castelo de Vide, onde decorreu a primeira edição da Academia Salgueiro Maia, promovida pela Federação de Portalegre da Juventude Socialista (JS) e que «superou todas as expectativas», sendo o maior evento organizado pela estrutura em 49 anos de existência. 

Para além de homenagear o Capitão de Abril Fernando Salgueiro Maia, a Academia assentou num «modelo disruptivo», que apostou numa lógica de educação não formal e que «rasga com o cenário tradicional a que estamos habituados do auditório cheio de gente com quatro ou cinco pessoas a falar». 

O programa contou com vários painéis temáticos, com oradores de «excelência» dos mais variados sectores da sociedade e incluiu ainda momentos culturais, como visitas à Casa da Cidadania Salgueiro Maia e à Casa da Inquisição, bem como momentos musicais, uma competição disputada por 15 equipas e ainda um peddy-paper por Castelo de Vide.

Esta iniciativa é «um sonho» da JS que agora se tornou realidade e que «ultrapassou todas as expectativas, tanto em número de participantes, mais de 150, e também com a qualidade dos oradores», tal como referiu o presidente da Federação de Portalegre da JS, João Pedro Meira, durante a sessão de encerramento da Academia Salgueiro Maia, que decorreu no domingo, na Cine-Teatro Mouzinho da Silveira. 

O líder da JS do Alto Alentejo sublinhou o facto de esta academia celebrar a democracia e a liberdade, destacando a sua a importância «para ajudar que aquilo que foi construído ao longo dos últimos 50 anos jamais seja sepultado», nomeadamente «a democracia, a liberdade, a escola pública, o SNS, o Estado Social, a responsabilidade ambiental, a liberdade de associação e de imprensa, o desenvolvimento regional equilibrado e a cultura».

«Por tudo isto, a JS tem a obrigação moral e ideológica de assegurar a literacia, a formação cívica e a transmissão de conhecimento», defende João Pedro Meira, acrescentado que «foi isso que procurámos fazer com a Academia Salgueiro Maia», pois «só com educação, com literacia e conhecimento conseguimos ultrapassar o discurso do ódio, o discurso do medo, o discurso da desinformação daqueles que por aí andam e que querem enterrar aquilo que Salgueiro Maia ajudou a construir». 

Neste âmbito, o dirigente garante que os jovens socialistas «estarão sempre na linha da frente» e que, «se necessário, tal como Salgueiro Maia, sairemos à rua seguramente e desceremos a Avenida da Liberdade para defender o regime, como sempre fez quem lutou naqueles duros anos». 

João Pedro Meira terminou o seu discurso demonstrando «orgulho» na equipa da Federação de Portalegre da JS e agradecendo a todos os seus membros pelo «fantástico» trabalho desenvolvido, que resultou «em dois dias magníficos». 

A sessão de encerramento contou ainda com a intervenção de Miguel Costa Matos, secretário-geral da JS, que felicitou a Federação de Portalegre da JS «pela excelente» organização e deixou algumas farpas ao PSD e à sua Universidade de Verão, referindo que «enquanto uns promovem um evento que traz dezenas de pessoas, a JS promove esta Academia que traz mais de 150 jovens a Castelo de Vide».

Aproveitando o facto de na plateia estarem os dois vereadores do PS na Câmara de Castelo de Vide, Cecília Oliveira e João Diogo Carlos, bem como outros dirigentes socialistas do concelho, o líder nacional da JS quis deixar «a mensagem muito clara» de que «estes 150 jovens cá estarão as vezes que forem precisas, sem medo, para causar medo, porque o PS vai vencer a Câmara de Castelo de Vide nas próximas autárquicas», atirou. 

Miguel Costa Matos sublinhou o facto de esta Academia homenagear Salgueiro Maia e celebrar a democracia e liberdade, numa altura «em que vemos tantos desiludidos, em que fazer política é quase uma forma de cadastro e não uma missão de serviço público e perante a urgência do Chega», que no sábado promoveu um cerco à sede nacional do PS, no Largo do Rato, em Lisboa. 

Neste âmbito sublinha o papel da Juventude Socialista que, «além de querer ser uma escola de quadros, quer sobretudo ser uma escola de valores e um movimento para transformar a sociedade», pois, em sua opinião, «é isso que é necessário para resgatarmos a nossa democracia». Lembrou ainda «algumas das conquistas da JS ao longo dos anos», como «o fim do serviço militar obrigatório, o estatuto do trabalhador estudante, a legalização do casamento por pessoas do mesmo sexo, a interrupção voluntária da gravidez, a lei de base do clima, a criação do direito ao esquecimento, ou o direito a desligar». 

A sessão de encerramento contou ainda com as intervenções do Coordenador Nacional dos Jovens Trabalhadores Socialistas, Frederico Martins, e do Coordenador Nacional dos estudantes socialistas, Luís Silva Carvalho, sendo que a sessão ficou marcada pela intervenção de Daniela Salgueiro Maia, neta de Fernando Salgueiro Maia, que pediu a todos os presentes para que «tentem viver com os valores que o meu avô tentou passar. Sejam uns para os outros, não tenham medo de dizer o que pensam, sempre com educação, batam o pé quando são desrespeitados, ajudem por ajudar senão pelo que possam receber em troca, sejam humildes e sobretudo amem». 

Durante a cerimónia foi ainda entregue o Prémio Salgueiro Maia à equipa A – “Equipa Abril”, sendo que, no final, todos participaram num almoço convívio que decorreu no Jardim Garcia d’Orta.

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