11.º Periferias – Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valencia de Alcántara sob o signo feminino

O Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valencia de Alcántara está de volta à raia, entre 11 e 19 de Agosto, onde será possível assistir ao melhor cinema internacional protagonizado e realizado por mulheres.

Nesta 11.ª edição, o Periferias continua a apostar numa cultura descentralizada e em levar a sétima arte a locais mágicos, e sem hábitos de consumo cultural.

Mais uma vez, a aposta é mostrar filmes em cenários de grande beleza natural, em noites quentes do Verão da região de Marvão, aproximando de forma intrínseca Portugal e Espanha. Serão oito dias de uma ampla programação, com cinema, música, percursos, arte, história, debate e divulgação.

Destaca-se a sessão de abertura no majestoso Castelo de Marvão com “Alma Viva”, filme português de Cristèle Alves Meira, obra que está nomeada para os Globos de Ouro, bem como um pequeno olhar documentário do crítico Rui Pedro Tendinha, “Periferias – Um Festival de Afectos”, precisamente um gesto de celebração de alguém que tem acompanhado a evolução deste certame.

Mas toda a programação contará com obras que reflectem o espírito do Festival em fazer reflectir temas de direitos humanos e a relação com a natureza. Obras como “Ursos Não Há” (No Bears), do cineasta iraniano Jafar Panahi, “20 mil Espécies de Abelhas”, de Estibaliz Urresola, “Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, “Matria”, de Álvaro Gago, filme sensação da Berlinale, ou “Cesária Évora”, documentário de Ana Sofia Fonseca, em forma de homenagem à grande artista cabo-verdiana.

Nesta última década, o Periferias tem impulsionado o desenvolvimento das comunidades com as quais trabalha, procurando também abrir os olhos de quem o visita à beleza de “salas” ao luar, em locais de rara beleza, como a estação de comboios da Beirã, Valencia de Alcántara, La Fontañera, a cidade romana de Ammaia, Castelo de Vide, Salorino, San Vicente de Alcántara, Galegos e Malpartida de Cáceres.

Se o cinema é protagonista deste Festival, a música também o é, com destaque para concertos que serão autênticas festas de família dos Dile que Sí, DJ Mundo, Os Sabugueiros, ou o cabo-verdiano Lemilson do Rosário. Assim como a arte, com as exposições “A Água”, de Bert Holvast, no Museu Cidade Romana de Ammaia, e “A Luta Continua”, na Piscina Fluvial da Portagem, com fotografias de lutas em diferentes partes do mundo: Curdistão, Palestina, Colômbia, Walmatu, Guatemala, Honduras, Brasil, Saara Ocidental, México.

No salão do Centro Cultural de Marvão estará ainda exposta uma retrospectiva da Oficina Arara, colectivo de artistas do Porto que se dedica à arte da serigrafia.

Estão também previstas visitas guiadas, como a do Lagar-Museu António Picado Nunes, na aldeia de Galegos, um espaço de interpretação do azeite de tradição.

Além de encontros profissionais da cultura, como o que se efectuará em Marvão, com Paula Mota Garcia, coordenadora da Equipa de Missão Évora 27 – Capital Europeia da Cultura.

O compromisso faz parte do Periferias e, nesta edição, além de estar presente de forma transversal, ver-se-á reflectido na colaboração da Comuna de Cinema de Rojava e do colectivo Rojava Azadi, que falarão da situação no Curdistão. A Comuna de Cinema de Rojava é um projecto iniciado em 2015, com cineastas locais e internacionais que promove a criação, produção e distribuição de longas-metragens, curtas-metragens e documentários. Rojava Azadi é um coletivo de pessoas interessadas em dar visibilidade às lutas emancipatórias que estão a ser levadas a cabo no Curdistão, em particular o processo de revolução social em Rojava e o modelo de autogoverno democrático ali em curso.

O encerramento do Festival vai decorrer, como habitualmente, no Museu Vostel, de Malpartida de Cáceres, com uma visita guiada ao museu, e a cerimónia de entrega do Prémio Internacional Tejo/Tajo Reserva da Biosfera Transfronteiriça ao filme vencedor da 11ª edição do Periferias, troféu realizado pela escultora Maria Leal da Costa.

A última projecção desta edição será uma homenagem ao falecido realizador Carlos Saura, com o documentário Las paredes hablan (As Paredes Falam).

O Periferias conta com os apoios institucionais do Município de Marvão, Direcção Regional de Cultura do Alentejo, da Diputación de Cáceres, da Junta de Extremadura, e do Ayuntamiento de Valencia de Alcántara.

Publicidade